Anitta postou no Instagram, hoje, uma série de Stories falando sobre política, meio ambiente e principalmente protestando contra as queimadas no Mato Grosso e o desmatamento da Amazônia.
“Não estou aqui para falar de política. Não sou de esquerda, de direita. Não sou apoiadora de PT, de Bolsonaro. De ninguém. Inclusive, já que vocês gostam de dar audiência para coisa baixa, eu sou de quatro, de lado, de frente, de costas. Agora, esses negócios de, ‘apoia fulano, apoia ciclano’, isso não sou”, disse a cantora no Instagram.
Anitta retrucou aqueles que a criticaram por ter feito um buffet vegano em seu aniversário e tentar mostrar que é possível uma alimentação mais saudável que não necessite tanto de carne.
“Em vez de passar o tempo que a gente passa na internet falando mal dos outros, faz o seguinte: busca um pouco sobre isso [ajudar o meio ambiente]. Porque depois se acaba a nossa floresta, não vai ter feminismo, machismo, economia, dólar mais alto, mais baixo, mais para frente que resolva o fato de não ter oxigênio. Não me interessa se alguém tacou fogo, o que importa é a pessoa resolver a questão”.
“Se cada ser humano conseguir diminuir pelo menos metade do consumo de origem animal, já melhora muito o nosso impacto ambiental. Um dos maiores causadores do impacto ambiental não é a poluição, mas sim a agropecuária.”
Brasil na mão dos indígenas
Anitta defendeu que o Brasil estaria em melhores mãos se governado por índios e disse que, se um índio quisesse dormir em seu quarto, se sentiria “na obrigação” de atendê-lo, pelo fato de seus descendentes estarem em território brasileiro antes do descobrimento.
A cantora também defendeu que o problema na Amazônia afeta a todos. “Agora que o dia virou noite em São Paulo, vamos ver se vocês escutam a gente. (…) Não existe isso de fazendeiro achar que alguém pode ser dono da terra onde o indígena está morando. (…) A terra do nosso Brasil inteiro é do índio porque, quando (os portugueses) chegaram, quem estava aqui eram os indígenas. Daí, eles foram escravizados, roubados, invadidos, assassinados”.
“Se você for aplicar a lei do usucapião, de quem vai ser as terras? Do indígena. A terra é deles, amor. Se um indígena chegar na minha casa agora e pedir para dormir no meu quarto, eu vou me sentir na obrigação de abrir e dizer, ‘querido, entre’. Se você não é descendente de indígenas, como eu provavelmente não sou, você não pode dizer que a terra é sua”.
“Se o poder de cuidar do nosso país estivesse na mão dos indígenas, não estaria dando essa m***. Vocês entenderam por que não tem de matar os indígenas? Por que tem de deixá-los quietinhos no lugar deles? Por mim, deixava a Amazônia inteira cuidada pelos indígenas, porque aí não estavam acabando com a floresta e nossos animais”, defendeu.
A cantora continuou seu discurso. “Esse é o meu ponto maior, que todos: direita, esquerda e quem quer que seja, entendam o foco principal: a preservação da natureza. Não vim falar de política e de quem tem culpa. Se é PT, se é Bolsonaro…eu não faço a menor ideia”, compartilhou.
“A questão é a preservação, prevenção e conscientização ambiental. Enquanto vocês discutem quem tá certo e quem tá errado, quem tem culpa e quem não tem…a natureza vai acabando. O meio-ambiente vem sendo tratado como nada há décadas, meu ponto é, chegou nosso deadline, vamos agir! Soluções daqui pra frente? Quais são as opções pra não acabar tudo? Esse é o foco”, continuou.
“Eu vou ouvir as opiniões de direita com a mesma paciência com que ouço as de esquerda. Porque o que interessa não é definir quem tem razão, o que interessa é parar a contagem regressiva da destruição do meio-ambiente. Estão todos tentando via afronte por décadas, não deu certo, queridos. Aprendam a chegar a soluções civilizadamente, mesmo que a pessoa com a qual você fala não representa nem 10% das suas ideologias”, disse.
Para alguns seguidores que apontaram a gestão Bolsonaro como principal responsável pela situação ambiental, Anitta retrucou: “Você consegue tirar ele de lá? A maioria elegeu e ele está no poder pela democracia. A natureza não vai parar de se destruir porque gritou-se com ódio que a culpa é dele”.
Muitas personalidades brasileiras e estrangeiras protestaram nas redes sociaiscontra as queimadas, tais como Caetano Veloso, Elza Soares, Daniel Alves, Taís Araújo, Luan Santana, Leandra Leal e Ariana Grande.