Podia ter me pedido um presente mais convencional. Sei lá, flores, chocolates ou um vestido. Ou talvez apenas pedir um presente qualquer, mandar o famoso ‘o que você achar melhor’. Eu, desligado como sou, iria anotar num papel de lembretes pra pensar o que te surpreenderia e ao mesmo tempo te faria feliz. Mas não, você foi incisiva: queria um texto!
Pois não vejo melhor chance do que essa minha reestreia na Confraria. Talvez a frase que mais me disse seja adequada aqui: ‘Você me faz pagar língua…”. Não achava que faria um texto dedicado a alguém. Pois bem, aqui estamos.
Quando nos vimos pela primeira vez, pedimos uma batata-frita pequena. Veio uma quantidade suficiente pra encher uma caixa de sapato e quando conferimos com a garçonete se aquele realmente era o tamanho certo, ela riu e confirmou. Essa é a melhor metáfora pra te descrever. Uma pessoa linda que pedimos apenas uma porção pequena para não abusar e você vem com uma quantidade absurda de carinho, atenção e beleza.
Não mude isso nunca. Não mude teu furinho na bochecha quando ri. Não mude o elogio mentiroso que faz aos meus abraços comuns. Não mude as vezes que paga língua com risos. Não mude a forma serena e madura com que trata bem sem olhar a quem.
Do seu jeito, você me disse que queria me conhecer. Eu falei que aos poucos iria, sem pressa. Mas com a tua habilidade, em poucos dias você já sabe mais da minha vida e forma de pensar que minha família. E também te conheço. Traumas, dramas, alegrias, desafios, muito obrigado por de graça me dar essas pérolas. Esse presente escrito não chega nem perto do que já recebi.
Enfim, você é assim: já perdoou muito mais que eu seria capaz e admiro muito isso. Nesse momento estou saindo de uma noite completamente escura, que andei muitas vezes, mas também tropecei outras tantas, mas agora que o dia tá chegando, agradeço toda a luz que recebi com o teu Luar.
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