De janeiro a agosto deste ano, Cruzeiro do Sul registrou 306 casos de violência contra crianças e adolescentes. Ano passado, esse número foi de 553. Segundo o Conselho Tutelar, a média deste ano não deve ficar muito distante do ano anterior.
Em 2017, 751 crianças e adolescentes sofreram algum tipo de violência, o que represente uma pequena redução com relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 811 casos.
Entre os casos estão abuso sexual, estupro, lesão corporal, negligencia, abandono de incapaz, dentre outros.
“Os mais absurdos são o de estupro e o abuso sexual de vulnerável e crianças. Nós já tivemos situações de pais que bateram nos filhos com pedaço de madeira, que veio a quebrar o braço da criança”, relata Henrique Sarah, diretor do Conselho Tutelar em Cruzeiro do Sul.
Henrique relata diversas situações que ocorrem com frequência, mas que não são divulgadas para preservar a imagem das vítimas. “Já tivemos situações que os pais maltrataram crianças queimando com cigarros. Essas situações são de pais usuários de drogas, alcoólatras. Temos casos em que os pais chegam a entregar as crianças para o Conselho Tutelar”.
Outra situação comum na região, segundo o conselheiro, é de meninas grávidas e/ou casadas com apenas 12 ou 13 anos de idade. Fato que caracteriza estupro.
“Temos situações de meninas, entre 12 e 13 anos, grávidas e muitas até casadas. Mas a Lei diz que até os 14 anos, qualquer tipo de conjunção carnal, é um estupro. Há uns dois meses, só no meu plantão, peguei quatro casos desse tipo. Não é toda denúncia que é verdade, muitas vezes chegam denúncias por que os pais se separaram e estão usando a criança para atingir um ao outro”.