O caso ocorreu no dia 3 de setembro de 2017 no município de Xapuri, distante 189 km de Rio Branco, quando um grupo de dez homens e sete menores de idade agrediram à pauladas, murros e chutes uma dupla de amigos que saía de uma casa noturna. O pedreiro Almir de Moura Silva morreu no local, já seu amigo, Sebastião Soares de Oliveira, conseguiu fugir. O linchamento teria sido planejado depois que Almir deu em cima da namorada de um dos adolescentes na casa noturna e se autodeclarou membro de uma facção criminosa rival da que o grupo dos réus e os menores participavam.
Os dez homens passaram pelo julgamento popular, em Xapuri, desde quarta-feira (14) e nove foram condenados. Eles foram acusados de execução em praça pública e considerados culpados pelos sete jurados, escolhidos entre os cidadãos da comunidade de Xapuri. O décimo homem envolvido foi absolvido de envolvimento no homicídio mas foi condenado por integrar organização criminosa, podendo responder em liberdade.
O julgamento foi presidido pelo juiz Luís Gustavo Alcalde Pinto, titular da Vara Única de Xapuri, a quem coube a responsabilidade de definir as penas que variaram entre 21 e 43 anos de reclusão, chegando à soma de 267 anos e oito meses.
O Ministério Público havia pedido a condenação por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, mediante emboscada e recurso que dificultou a defesa do ofendido, e tentativa de homicídio, além de corrupção de menores e pertencimento à organização criminosa. O Fórum de Xapuri precisou reforçar a segurança já que havia um número considerável de pessoas acompanhando o julgamento, que durou cerca de 40 horas.