Um estudo realizado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (SEMA), indica que cinco cidades do estado estão na lista das possíveis mais desmatadas no estado. Os municípios são: Feijó, Tarauacá, Sena Madureira, Rio Branco e Brasileia.
Segundo a diretora executiva da secretaria, Vera Brown, que é doutora em engenharia ambiental, os dados servem como um alerta para que as autoridades competentes do estado, como instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Batalhão Ambiental, Corpo de Bombeiros e demais órgãos, possam criar mediadas que visem solucionar e coibir a prática do desmatamento.
Segundo o secretário Israel Milani, os dados requerem uma atenção especial do poder público e isto será feito, um decreto de alerta deverá ser publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) de segunda-feira (12). A decretação de alerta ambiental tem como objetivo evitar o agravamento da situação atual, considerando que o período de estiagem deverá se estender por mais três meses.
“Com a previsão de uma estiagem um pouco mais prolongada nos próximos meses, resolvemos decretar uma situação de alerta ambiental no estado do Acre”, declarou.
Milani ponderou que devido a gravidade da situação, a tendência é que a saúde da população possa ser afetada mais que o normal. “Tudo isso pode ocorrer por conta da qualidade do ar, umidade, ocorrências de incêndios florestais que inclusive está além do normal. Com isso, precisamos de uma força tarefa no intuito de prevenção para que não ocorram grandes queimadas, como em 2005”, explicou.
POUCAS CHUVAS
De acordo com dados apresentados pela engenheira, nos últimos 30 dias, as chuvas foram escassas em vários municípios acreanos, com cerca de 45 mm abaixo da média.” Em Assis Brasil, temos 50% de chuvas abaixo do esperado. Apenas Rio Branco, Feijó, Capixaba, Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul, tiveram chuvas acima da média, no entanto, a Capital, estamos com 10 dias sem chuvas”, disse ela reforçando que:
“Os números são importantes para frisar que com menos chuvas, haverá problemas sérios, como menos água no lençol subterrâneo, estresse hídrico e estresse técnico na vegetação pela temperatura elevada, facilita a propagação do fogo”, destacou.
QUEIMADAS
Com relação aos indicadores de queimadas, a palestrante informou que as pessoas confundem bastante os focos de calor, com extensão de área queimada, segundo ela, são assuntos distintos. “De janeiro até agora, a Amazônia Legal já registrou 436 mil focos de calor, com base nos satélites. Com isso, no ano, o Acre ocupa o 8° lugar no ranking, mas em agosto, o estado baixou no ranking e está em 5°, com 767 focos de calor, o que representa metade dos já registrados no ano, ou seja, este mês, estamos com um número elevado”, explicou dizendo que, em apenas 7 dias, já se tem 50% do total de focos de todo o ano de 2019.
Entre os municípios do estado, Vera constatou que a Capital ocupa o 1° lugar do ranking, seguido por Sena Madureira, Tarauacá Feijó e Manoel Urbano, que são os mais críticos do estado, no quesito focos de calor.
Segundo ela, os focos têm uma correlação com desmatamento, com isso, através de base de estudos para fiscalização, pode-se observar que as áreas em processo de desmatamento são: Feijó, Tarauacá, Sena Madureira, Rio Branco e Brasileia