Setor agroprodutivo do Acre destaca superação de expectativas em negócios

Considerada um verdadeiro sucesso de público e volume de negócios, a Expoacre 2019 movimentou mais de R$ 74 milhões e reuniu mais de 25 mil pessoas por dia no Parque de Exposições. Com um novo modelo, a maior feira do agronegócio do estado também comemora um marco: o sucesso do setor agroprodutivo do Acre.

Durante os nove dias de realização, a Expoacre apresentou como um de seus principais destaques o espaço Caminhos do Agronegócio, que reuniu em único local empreendedores e instituições com parceria entre a Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa) com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), o Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Cooperativas também tiveram espaço importante no Caminhos do Agronegócio Foto: arquivo Secom

A proposta de setorização deu certo e o setor do agronegócio movimentou durante toda a feira R$ 4,5 milhões apenas em produtos agropecuários. O número representa o dobro do valor negociado no ano passado.

“Nós não tínhamos experiência na organização de um evento como esse, mas fizemos e ficamos satisfeitos com nossos resultados. Conciliamos o período noturno com diurno, não tivemos problemas de segurança na área e o volume de negócios, troca de contatos e projetos agendados para o futuro nos surpreendeu”, conta o secretário de Produção e Agronegócio, Paulo Wadt.

Negócios de sucesso

Para este ano, a Sepa possuía a expectativa de que 15 expositores e empresários fizessem parte do Caminhos do Agronegócio. Para a surpresa da organização, 38 expositores demonstraram interesse e fizeram parte do espaço fechando negócios dia e noite.

Somente as casas agropecuárias presentes fizeram um grande volume de negócios de mais de R$ 1,5 milhão. Na comercialização de animais, a vitrine de um dos grupos presentes vendeu todos os 70 bovinos que trouxe, enquanto outra comercializou 50 matrizes e 10 reprodutores. A empresa que comercializa a raça montana fez um estande com a nova raça que chega ao Acre e também alegou grande sucesso. A consolidação da raça nelore no estado também movimentou esse setor.

Outro destaque foi o Laboratório de Transferência de Embriões, que além de negócios, realizou um ciclo de palestras e capacitação para produtores, enfocando a importância do melhoramento genético para o rebanho acreano de corte e leite.

E a agricultura familiar também não ficou de fora, com a presença de produtores individuais, cooperativas e associações, algumas que nunca conseguiram participar da Expoacre. Entre elas, um dos destaques foi a Cooperativa dos Produtores de Mel (Coopermel) que conseguiu fechar negócios e saiu bastante satisfeita com sua participação na feira, além do Quiosque do Seu Detinho, que trabalhou com a venda de 120 kg de goma por dia para produção de tapiocas em diversos estabelecimentos.

Até mesmo empresas de outros estados ficaram satisfeitas com os resultados alcançados e prometeram voltar nas próximas edições, como uma que comercializa cochos (recipiente feito de um tronco de árvore escavado, utilizado para alimentar o gado) e que vendeu todas suas unidades antes do fim da feira, precisando repor o estoque.

“Estamos muito satisfeitos com essa edição, porque a proposta de gerar negócios foi amplamente atendida. Desde o setor de animais, com o sucesso dos leilões, até os expositores de outros estados que fecharam importantes contratos e pequenos agricultores vendendo suas produções, a grande maioria saiu satisfeito com seus negócios”, destaca Francisco Lopes Dantas, diretor técnico da Emater.

Fortalecimento do setor

Com uma extensa programação sobre o setor produtivo do Acre, uma série de palestras e cursos também foram disponibilizados durante toda a Expoacre, principalmente pelo período diurno.

O governo e parceiros reuniram diversos produtores, dos grandes aos pequenos, para discutir temas como os desafios da implantação de um programa de verticalização das agroindústrias de produção familiar, uso de tecnologias na produção agropecuária e como alavancar a produção de ovinos e caprinos no Acre, além de oferecer cursos como o de tratorista agrícola e de processamento de leite e derivados.

E a Expoacre 2019 ainda foi o importante palco para uma rodada de negociação entre representantes dos governos do Acre, Amazonas e Rondônia que afinaram o processo de criação da Zona Especial para o Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Acre, Amazonas e Rondônia (Amacro).

“Foi uma feira extensa e com um período de funcionamento de dia e de noite. Mas nossa avaliação foi extremamente positiva. Saímos fortalecidos e vamos colher mais frutos daqui pra frente graças a implantação desse novo modelo de feira”, ressalta Paulo Wadt.

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