Algumas histórias chamam atenção pela força, resistência e vontade de conquistar que carregam. Uma dessas é a do vigilante Leonardo de Araújo, 25 anos, que desde os 16 sonhava em ser um profissional da segurança para dar sentido à sua vida profissional.
Aos 15 anos de idade, Léo, como prefere ser chamado, começou a vigiar alguns estandes de empresários durante a ExpoAcre. Pensando na necessidade que tinha de trabalhar e se sustentar, topou o exercício e ganhou a confiança dos proprietários, conseguindo dar força para a sua família com o pouco dinheiro que ganhava.
“Eu mesmo fui até uma malharia e pedi pra confeccionar uma farda pra mim, já que eu havia conseguido um novo emprego. Aquilo foi novo, mas eu me empenhei pra dar o meu melhor e ganhar o meu dinheiro. Só faltava uma coisa nisso tudo…”, disse.
Léo, mesmo se disponibilizando para trabalhar, precisava de um curso que lhe desse uma capacitação para atuar na área. Embora o preparatório fosse oferecido na capital, uma coisa muito importante lhe faltava: o dinheiro.
“Eu não desisti. Pensei: ‘só posso fazer o curso se eu conseguir dinheiro. Só consigo dinheiro trabalhando’. Fui juntando a grana que daria para iniciar o curso, até que consegui”, contou. “Iniciei com muita felicidade, mas fui me desmotivando com o tempo”, argumentou.
Uma perda que trouxe um ganho
As dúvidas sobre continuar ou desistir tomaram conta do coração do sonhador, mas um episódio triste, embora marcante, mudou o rumo de tudo. O pai de Léo, que o inspirava, foi internado no hospital em estado grave.
“Lembro que aquilo foi difícil pra mim que já estava vivendo com tantas dúvidas. Mas, depois que foi internado, lembro que ele me falou uma coisa que nunca me deixou. Me disse que eu não desistisse, que seguisse firme, pois meu sonho ia se realizar. Pouco tempo depois, morreu. Eu segui aquele conselho”, explicou.
Mesmo com muita dor, o vigilante seguiu com o sonho e concluiu o curso.
“Depois que terminei, em 2015, trabalhei mais firme ainda nas feiras [referindo-se às edições da ExpoAcre], conquistei novos espaços, com colete, farda e credencial”, comentou.
Uma herança
Após se estabilizar financeiramente, em 2014 Léo descobriu que seria pai.
“Aquilo me deixou um pouco preocupado, mas eu precisava trabalhar ainda mais porque alguém estava vindo e precisava de mim. Quando nasceu, passou a morar comigo e hoje fazer parte da minha vida”, declarou.
O menino que hoje tem 4 anos mora com ele e com a avó.
Outra vitória
Em maio deste ano, quando enviou um currículo para uma empresa que cuida da segurança de um dos bancos da capital acreana, foi selecionado e contratado.
“Eu venci e hoje sinto que só conquistei por não ter desistido, por ter escutado o conselho de alguém que me amou profundamente”, enfatizou.
Quando questionado sobre o que diria às pessoas que querem realizar os sonhos na vida, respondeu: “Não pare. Siga em frente”.