Ariana Fernandes é mãe do pequeno Murilo Fernandes Barros, de 4 anos. Os dois estão há exatamente um mês andando de hospital em hospital. Tudo começou com uma gripe, uma febre que não passava e que no fim se transformou em uma pneumonia.
No dia 27 de agosto foi a primeira vez que a mãe precisou levar Murilo ao hospital, ela foi na UPA do segundo distrito. Ela conta que foi bem atendida pelos funcionários, mas o bom atendimento parou ao chegar no consultório médico. Lá, ela diz que o médico pediatra orientou que ela levasse o filho para se consultar em um posto de saúde, e não na UPA, já que ele estava apenas gripado. Após insistência da mãe, o médico pediu alguns exames, e solicitou que ela voltasse somente a noite para mostrar os exames ao pediatra plantonista.
Quando ela voltou na UPA, os exames mostraram que a criança estava com pneumonia. O menino foi medicado na unidade de saúde e liberado para continuar o tratamento, com os medicamentos receitados pelo médico, em casa.
Só que a criança não apresentou melhoras e o estado de saúde estava se agravando. Na quinta-feira (29) ela retornou com o filho para a UPA e foi atendida por uma médica clínica geral, que devido ao estado da criança pediu o internamento. No dia seguinte a criança teve alta para continuar o tratamento em casa.
Novamente sem apresentar melhoras, Ariana levou o filho no domingo (1) para o Pronto Socorro (PS). Com a saúde cada vez mais comprometida, Murilo voltou a ser internado. No PS foi descorbeto que além da pneumonia, a criança também estava com anemia e teve que ser submetida a uma transfusão de sangue. Ainda no PS foi levantada a suspeita de água no pulmão.
Por conta do estado de saúde, Murilo foi transferido para o Hospital da Criança já no dia seguinte, na segunda-feira (2). Quando então foi confirmada a água no pulmão e a criança foi encaminhada para os cuidados de um cirurgião toráxico, que colocou um dreno no pulmão do menino pra retirar a secreção. A mãe conta que só então ele apresentou uma leve melhora.
Já no último dia 19 de setembro, o cirurgião indicou que o dreno não estava mais fazendo o efeito esperado e que a criança precisaria fazer uma cirurgia pra retirar a secreção do pulmão. Como o médico só faz as cirurgias as terças-feiras, a mãe foi informada que poderia ir até a Fundação Hospitalar na última terça (24) para que a criança fizesse a cirurgia, mas chegando lá, foi informada que a cirurgia não estava marcada. Ela foi informada que duas pessoas passaram na frente de seu filho por ordem judicial.
Além de não conseguir fazer a cirurgia, a mãe conta que não deram uma nova data para realizarem o procedimento. E enquanto isso a criança continua com o dreno. De acordo com a mãe, a médica que acompanha seu filho no Hospital da Criança tem demonstrado bastante preocupação, pois como o dreno está sendo usado há mais de 20 dias, corre o risco de ocorrer uma infecção generalizada.
Procurada, a direção da Fundhacre disse que a data para a cirurgia da criança está agendada para a próxima terça-feira (1).
Caso a situação não seja resolvida, familiares da criança pretendem realizar um protesto no próximo sábado (28), em frente a Fundação Hospitalar.