Com a paralisação nacional dos funcionários dos Correios deflagrada na última terça-feira (10), o movimento grevista em Rio Branco está concentrado desde a manhã desta quarta (11) em frente ao galpão dos Correios na Rua Floriano Peixoto, no centro da Capital. A paralisação é por tempo indeterminado e ocorre em todo o país.
A presidente do Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintec/AC) Suzy Cristiny pontuou as principais reivindicações da categoria. “Nós estamos em campanha salarial há dois meses e a empresa já encerrou os canais de negociação, rejeitou até mesmo a mediação do Tribunal do Trabalho. Nosso acordo coletivo de trabalho venceu e nós não temos nenhuma garantia da continuidade dos nossos benefícios, previsto no acordo coletivo. Diante dessa situação só nos resta a greve, porque a empresa não quer negociar de forma alguma. A única proposta que foi feita pela empresa foi um reajuste salarial de 0,8%, que é muito abaixo da inflação. Tem também a perda do ticket de alimentação em R$ 4.500,00 no ano e o plano de saúde excluindo dependentes”, disse.
A intenção do Governo Federal em privatizar a empresa também preocupa os grevistas. “Apesar de ainda não ter chegado ao Congresso a votação para privatizar os Correios, o governo já está caminhando pra isso, então a gente tá com uma campanha em todo o país para coletar assinaturas contra a privatização e vamos encaminhar para o Congresso Nacional”. De acordo com a sindicalista, a privatização poder trazer inúmeros prejuízos para a população. “No acre, por exemplo, só Rio Branco gera lucro. Então os outros municípios ficariam totalmente desassistidos por empresas privadas. Quem quer atuar em município que não dá lucro?”, questiona.
O intuito do movimento é que todos os servidores adiram à greve para que cheguem a uma solução o mais rápido possível. “A ideia é que 100% dos servidores façam a adesão, porque quanto mais forte for a mobilização mais rápido eles vão se preocupar em negociar e fechar um acordo. Caso não tenho acordo vai ser o Tribunal Superior do Trabalho (TST) que vai julgar a greve, então a gente tá inclusive pedindo apoio dos parlamentares e autoridades públicas para que possam intervir junto ao Governo Federal pra que faça logo essa negociação e a gente resolva esse impasse”, disse.
A presidente do Sindicato pede ainda que a população tenha paciência e entenda os motivos da paralisação. “A gente tá fazendo esse alerta, pedindo apoio da população, a gente sabe que uma greve é difícil, não é boa pra ninguém, mas infelizmente foi a única opção da gente”, concluiu.