Criada em Capixaba comissão de vereadores que vai investigar contas da Prefeitura

A Câmara Municipal de Capixaba, município a 77 quilômetros da Capital Rio Branco, se reúne em sessão extraordinária, nesta sexta-feira (19), para a escolha dos membros da Comissão Especial de Investigação (CEI), uma espécie de CPI de caráter municipal, que vai investigar as contas da Prefeitura. O município é administrado pelo vice-prefeito e prefeito em exercício Antônio Cordeiro, o “Joãozinho” (MDB), que é suspeito de ser o testa-de-ferro de um esquema de fraude envolvendo assessores de sua absoluta confiança, na contratação de pessoas que receberiam dinheiro do município sem qualquer contrapartida de trabalho e muito delas nem têm conhecimento de tais contratos.

A suspeita é que o dinheiro pago pelo município, segundo comprovado pelo Porta da Transparência, acaba indo parar nos bolsos de pessoas ligadas ao prefeito – que está no cargo porque o prefeito titular, José Augusto, foi afastado da função no ano passado, também por acusações de corrupção.

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O requerimento para a criação da CEI foi apresentado à presidência da Câmara na sessão da última terça-feira (17) e a próxima reunião é para a escolha dos membros que vão atuar nas investigações, além da definição do presidente e do relator. Os mais cotados para a presidência e a relatoria são, respectivamente, os vereadores Chico Gomes (PSB) e Gedeão Silva. Os dois – seguidos pela vereadora Geane Silva (PSDB) – foram os autores do requerimento.

“Após a escolha dos membros, da presidência e da relatoria, aí vamos criar uma agenda de trabalho”, disse a vereadora Geane Silva. Segundo ela, um dos primeiros depoimentos a ser tomados deve ser de um rapaz que trabalha num armazém da cidade e que tem seu nome como contratado da Secretaria Municipal de Ação Social, a razão de um salário mínimo por mês, e ele nega jamais ter recebido qualquer quantia e que também nunca prestou serviços ao órgão. Ele seria o exemplo do que em Capixaba é conhecido como “festival da laranja”, alusão ao fato de que as pessoas contratadas e que não recebem o dinheiro dos contratos, que vai para outras pessoas, seriam “laranjas” do prefeito e de pessoas da sua confiança.

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