O governador Gladson Cameli assinou neste sábado, 28, decreto de salvaguarda da tradicional ‘Farinha de Cruzeiro do Sul’ durante as celebrações dos 115 anos de aniversário de fundação do município. “Estava na hora de valorizarmos esse bem tão importante para a nossa população do Juruá e para todos os acreanos”, ressaltou Cameli, logo após a assinatura do documento com o prefeito Ilderlei Cordeiro.
Pelo decreto, o produto se torna a partir de agora, patrimônio cultural do Estado do Acre. “Ela é agora um bem cultural com uma identidade de pertencimento para a região”, explica Codolino Mota, coordenador da Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour em Cruzeiro do Sul (FEM). Em outras palavras, o decreto garante a vigência do bem cultural da comunidade em que o produto é feito, com origem e a identidade cultural para a memória de seu povo.
A iniciativa é do Governo do Estado do Acre, por meio da Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural da FEM e do gabinete da primeira-dama Ana Paula Cameli. A parceria é com o Sebrae e a Embrapa. O decreto tem como base o Inventário Histórico e Cultural do modo de fazer a Farinha do Cruzeiro do Sul e nos municípios da região.
Foram utilizados diversos meios para a consolidação da pesquisa, como a realização de entrevistas históricas, além de levantamentos bibliográficos, audiovisuais e a coleta de depoimentos orais, visando a identificar e organizar informações sobre o modo de fazer desse bem cultural, a farinha e seus derivados. Veriificou-se, inclusive, diferenças de fabricação entre as comunidades pesquisadas.
De acordo com a gestora de políticas públicas do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural do Acre, Irineida Nobre, a pesquisa foi essencial. “É bom observar que as visitas a campo tiveram importância crucial já que vieram a determinar os procedimentos e o direcionamento do levantamento preliminar e, consequentemente, os resultados alcançados”, disse. No Acre, a farinha de mandioca é processada de forma artesanal em pequenas unidades, que utilizam matéria-prima e mão de obra provenientes da agricultura familiar.
Somente produtos exaustivamente pesquisados, consolidados em sua localização geográfica como peculiares e de extrema qualidade conseguem obter o certificado de Identidade Geográfica, o IG.