O último domingo, 22, em Manhattan (EUA) foi dedicado aos temas da Declaração de Nova Iorque. Ministros de vários países participaram dos diálogos alusivos às metas de redução do desmatamento tropical ilegal e da proteção do sistema climático global, relembrando os acordos firmados na ‘Declaração de Nova Iorque sobre Florestas’.
Um dos momentos importantes que antecederam as participações dos estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal, foi a mesa redonda moderada por Frances Seymour, autor do livro “Por que florestas? Por que agora?”, literatura que estabelece que a mobilização da ação global para conservar e restaurar florestas no combate às mudanças climáticas é mais importante, mais acessível financeiramente e mais viável do que muitos pensam.
Os diálogos se estabeleceram na busca de como transformar compromissos em ação. Deste debate participaram autoridades e representantes de organizações de diversos países. Dentre eles, Hoaliang Xu, secretário-geral Adjunto, administrador adjunto e diretor do Escritório de Apoio a Políticas e Programas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Lucía Delfina Ruíz Ostoic, ministra do Meio Ambiente da República do Peru, Zac Goldsmith, ministro de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Internacional do Governo do Reino Unido, Fernando Andrés López Larreynaga, ministro do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Governo de El Salvador, Elisabeth Borne, ministra da Transição Ecológica e Solidária do Governo da França, Lee White, ministro das Florestas Meio Ambiente e Planejamento Climático do Governo do Gabão e em nome da Iniciativa Florestal da África Central (CAFI), Ola Elvestuen, ministro do Clima e Meio Ambiente do Governo da Noruega e Pak Ruandha Sugardiman, diretor-geral de Mitigação das Mudanças Climáticas do Governo da Indonésia.
É de conhecimento mundial que as florestas tropicais exercem um papel fundamental no desenvolvimento sustentável por meio da proteção da qualidade do ar e da água, dos solos e do habitat natural de milhares de espécies animais e vegetais. Um quarto destas florestas estão localizadas nos estados e províncias do GCF (Força-Tarefa para o Clima e Florestas). Foi exatamente neste contexto que entraram nas discussões os estados signatários da ‘Declaração de Nova Iorque’. Destacando os estados do Acre, Amazonas, Amapá e Mato Grosso.
No painel ‘Liderança subnacional para combater o desmatamento’, vários líderes subnacionais se basearam nas mensagens do painel de abertura da mesa redonda ministerial e anunciaram compromissos, com apelos à ação, progresso na implementação de iniciativas inovadoras e a criação de parcerias dinâmicas.
Os oradores Gladson Cameli, governador do Acre; Wilson Lima, governador do Amazonas; Mauro Mendes, governador do Mato Grosso; Luis Hidalgo Okimura, governador do Madre de Dios (Peru); Tuntiak Katan, vice-coordenador, coordenador de Organizações Indígenas da Bacia do Rio Amazonas (COICA) e coordenador-geral da Aliança Global de Comunidades Territoriais (COICA, AMPB, AMAN, APIB); Rafael Robles de Benito, diretor de Mudanças Climáticas; secretário de Ecologia e Meio Ambiente, Quintana Roo do México.
O governador Gladson Cameli abriu seu discurso com uma pergunta: “Quantos dos senhores já foram ao estado do Acre conhecer de perto nossa realidade? Somos os maiores interessados na proteção das florestas. É nossa casa. Mas não compreendemos porque o tema das queimadas, que infelizmente ocorrem todos os anos, foi retratado com tamanha ênfase somente neste ano. Há uma larga diferença entre o que é legal e o que é ilegal. E em nosso estado criamos uma força-tarefa com a proposta de zerar os focos de incêndios florestais. Mas estes episódios ocorrem desde sempre. E nesses vinte anos, nossa população não foi devidamente instruída dos danos que uma pequena faísca pode gerar”.
O governador reforçou ainda que em seu governo o trabalho de instruir as populações rurais e as demais está sendo realizado. O governador do Amapá, Waldez Góes, presidente do ‘Consórcio dos Governadores da Amazônia Legal’ entregou a carta que reforçou o compromisso dos Estados do consórcio em relação ao que foi pactuado na ‘Declaração de Nova Iorque sobre Florestas’.
O documento, assinado por todos os governadores reafirmou compromissos com a conservação e uso sustentável da região dos Estados do consórcio, as contribuições ao equilíbrio climático das gerações atuais e futuras, e encorajou a comunidade internacional a apoiar e participar com os Estados nas iniciativas declaradas na carta.