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Mãe dá à luz netos gêmeos para filho gay ser pai: “Sonho realizado”

Por IG

Valdira das Neves, de 45 anos, aceitou ser “barriga solidária” e realizou o sonho do filho gay , Marcelo das Neves Júnior, de 24 anos, de ser pai. Nesta terça-feira (3), a mulher deu à luz Noah e Maria Flor no Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto (SP).

Os gêmeos nasceram às 20h50 após uma tarde inteira de trabalho de parto. Enquanto Maria Flor nasceu com 2,250 quilos, Noah nasceu com 2,190 e precisou ser levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica.

“Estamos bem e muito felizes, com aquela sensação de sonho realizado. Por mais que existam alguns obstáculos, como o Noah na UTI e a Maria Flor que está em observação, estão todos bem”, conta o pai dos bebês.

Júnior fala que a expectativa é que ainda nesta quinta-feira os pequenos voltem para o quarto. “Agora só nos resta aguardar a alta pra levarmos eles para casa. Se Deus quiser, logo, logo”, diz ele.

Os gêmeos são fruto de um processo de fertilização in vitro , feito com os espermatozoides de Júnior e óvulos de uma doadora anônima. Segundo ele, a gestação foi possível após quatro tentativas de fertilização in vitro. “Tantas tentativas, tantas frustações, tantos medos tivemos, mas agora só tenho a agradecer”, fala.

Do sonho de ser pai à gravidez da mãe/avó

Tudo começou com a vontade de Valdira, mãe de Junior, de engravidar novamente após perder uma filha que nasceu prematura. Ao buscar uma clínica de reprodução assistida para saber quais eram as opções disponíveis para ela, descobriu que chances de conseguir engravidar novamente seriam maiores se utilizasse o óvulo de uma doadora anônima.

Graças à mãe, ele realizou o sonho de ser pai/Reprodução/Instagram

Foi então que Júnior percebeu que essa seria a oportunidade de realizar o sonho de ser pai. “Sugeri que, já que ela iria ter que usar o óvulo de uma pessoa desconhecida, ela poderia ser a barriga solidária para gerar meu filho”, conta.

Junto com o marido, Marcelo das Neves, Valdira e a família amadureceram a ideia e decidiram pelo óvulo de uma doadora e o espermatozoide de Júnior. Com isso, a mãe de Junior também geraria seus netos.

Em janeiro, após três tentativas, a fecundação foi bem sucedida e a preparação para a chegada do novo membro da família começou. A surpresa veio quando fizeram o ultrassom e descobriram que, na verdade, eram gêmeos. A felicidade foi em dobro.

O caso ainda é um dos poucos de produção independente masculina no Brasil. “Nesses casos, além da barriga solidária, que pode ser da mãe ou da irmã, tia e prima, filha ou sobrinha, é necessário recorrer a um banco de óvulos de doadoras anônimas”, explica o médico Anderson Melo, especialista em reprodução humana assistida do CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto.

Para aqueles que, assim como Júnior, sonham em ser pais, o médico fala que todos os envolvidos precisam de avaliação psicológica e o pai biológico tem que garantir o seguimento médico durante a gravidez, o parto e após os primeiros meses do nascimento.

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