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Salar: brasileiros estão presos no maior deserto de sal do mundo, na Bolívia

Por UOL

Pelo menos sete brasileiros integram um grupo de turistas que está preso no deserto de Salar de Uyuni, na Bolívia, devido a um protesto que bloqueia as vias e impede a circulação de veículos. Os moradores da região estão se manifestando para que políticos locais renunciem aos cargos.

Natural de Tangará da Serra (a 242 km de Cuiabá), Danielly Paola Leite Lopes e a mãe, Luzia Fátima Leite Silva, tentam deixar o local desde quarta-feira (11), após comprarem um pacote turístico na região que é considerada como o maior deserto de sal do mundo.

Quando chegaram ao Salar, elas descobriram que estavam ocorrendo conflitos políticos. Na tarde de hoje, mãe e filha estavam em um dos veículos que tentava levar os turistas.

“Comigo e minha mãe são uns sete brasileiros, tem gente de todo lugar. Estão sem internet no celular. Consegui colocar crédito antes de sairmos e cheguei a emprestar para fazerem ligações”, disse Danielly ao UOL.

Os manifestantes, segundo ela, fazem bloqueios nas rodovias, fato que impossibilita a passagem dos carros durante essa semana. Enquanto conversava com a reportagem, ela informou que os veículos conseguiram passar pela primeira barreira.

Mas antes de conseguirem completar o trajeto, os veículos foram parados em outro bloqueio de manifestantes, que teriam esvaziado os tanques de combustível dos carros.

Danielly Paola Leite Lopes e a mãe Luzia Fátima Leite Silva no Salar de Uyuni/Imagem: Arquivo Pessoal

Sem alimentação, cama e banho

Danielly contou que ela e a mãe conseguiram se alimentar apenas ontem, na hora do almoço, quando a agência de viagens da qual elas compraram o passeio até o deserto de sal ofereceu sopa às viajantes.

“Estávamos desde quarta sem comer. Ficamos três dias sem banho, conseguimos tomar banho hoje. Também estávamos sem água para beber”, relatou.

Danielly contou que alguns brasileiros estão presos no local desde terça (10), quando os funcionários da agência tentaram retirar os turistas usando um ônibus. Ela também contou que precisaram ficar no frio de -4°C aguardando a saída, que não aconteceu.

No primeiro dia, ela e a mãe passaram a noite em um restaurante para se abrigar do frio. Os restaurantes, mercados e lojas da cidade também estão fechados por conta do protesto, fato que tem dificultado ainda mais a vida dos turistas.

“Está muito tenso, não estamos com medo de sermos agredidas ou algo do gênero, mas estamos com muito medo de não conseguirmos ir embora. Disseram que o protesto pode durar de cinco a dez dias, ainda não sabemos”, lamentou.

Apoio da Embaixada

Danielly contou que tentou fazer contato com a Embaixada do Brasil em La Paz. Hoje elas receberam a informação de que haveria um voo, mas a mato-grossense ressaltou que ainda não há certeza que o embarque vai mesmo acontecer.

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