Tite sobre futuro de Neymar no PSG: “Torço que se resolva”

Munido de uma pasta e algumas anotações em papéis na entrevista coletiva, o técnico Tite passou boa parte dos mais de 40 minutos falando que Neymar está pronto para jogar. Lembrou que o técnico do PSG, Thomas Tuchel, já dissera o mesmo e evitou entrar em temas pessoais do atacante – como a frustrada negociação na última janela de transferências.

Mas, de tanta insistência dos jornalista, baixou a guarda num momento. E admitiu que tem preocupação com a condição de Neymar no PSG. Algo que não lhe compete e sobre o qual não tem a menor interferência. Só manifestou sua torcida para que o atacante se concentre apenas no seu futebol. Nesta sexta-feira, o Brasil, com Neymar, enfrenta a Colômbia, às 21h30, no estádio do Miami Dolphins, em Miami, na Flórida. O primeiro amistoso da data Fifa de setembro.

Neymar durante o treino da seleção brasileira — Foto: Pedro Martins / MoWA Press

– Preocupa sim (a situação dele no PSG). Torço para que se resolva. Mas é uma variável que não está na minha alçada. Mais do que isso, de vê-lo em campo aqui, não tenho ingerência – comentou.
Com antigo discurso sobre Neymar – que ele fez questão de dizer que não imutável -, o treinador lembrou que o considera um dos três melhores do mundo e, por isso, é indispensável para a Seleção, mesmo com o título da Copa América do Brasil conquistado sem o craque, que estava lesionado. Neymar ainda não disputou uma partida nesta temporada, enquanto aguardava as negociação entre PSG e Barcelona – acabou permanecendo no PSG.

Tite citou Hazard, para ele também um jogador extraordinário, mas que apesar de pensar tão rápido quanto Neymar não executa da mesma maneira o futebol como o brasileiro.

– Sabe o aproveitamento com e sem ele? É praticamente a mesma coisa. A equipe se fortaleceu em relação a isso. Ao mesmo tempo, o Neymar é indispensável. 50% dos gols com o Neymar em campo são dele ou com assistência dele – afirmou Tite.

Sobre outro jogador muito importante para a equipe, Tite reforçou a confiança em Philippe Coutinho. O treinador comentou que os primeiros jogos do camisa 11 foram observados com atenção especial pela comissão da Seleção.

– Nós acompanhamos o Coutinho, nos jogos do Bayern. Ele jogando atrás do Lewandowski com liberdade de criação. É um jogador com nível técnico muito grande, qualidade muito grande. E tomara também que tenha uma continuidade para que possa desenvolver todo o seu potencial.

Tite, técnico da seleção brasileira — Foto: Pedro Martins / MoWA Press

Confira mais trechos da coletiva de Tite

Volta de Neymar

– Infelizmente, tivemos situação parecida na Copa do Mundo com processo de recuperação. Lembro jogo da Croácia, em que ficou no banco, esperou e entrou. Eu, Fábio e o pessoal vamos estar muito atentos nesse desenvolvimento. Em relação à parte técnica e parte física, ela se confirmou (as informações que tínhamos). Vocês acompanharam no treino. Ele está pronto, em condições de fazer aquilo que a Seleção precisa.

Neymar no top 3 do mundo

– Neymar é top 3 para mim. De qualidade técnica individual, eu coloco Messi acima, Cristiano Ronaldo, porque são outras gerações. Aí eu pego outra geração: ele e Hazard são dois jogadores, para mim, extraordinários. Com uma vantagem para o Neymar: ele pensa igual o Hazard, mas executa mais rápido. Ele em condições é imparável. É imparável!

Vinicius Junior

– Conversei com ele sobre a chegada e ele disse que as coisas aconteceram muito rápido. Às vezes a gente superestima a capacidade de maturidade de um atleta que ontem estava na base do Flamengo e agora está no Real Madrid. Então essas oscilações na parte técnica acabam sendo naturais. Tem que ter cuidado. Temos que saber que o Vinicius está amadurecendo, mas é um garoto ainda.

Bruno Henrique

– Não é falso 9, é verdadeiro 9 (risos), como disse o Tostão outro dia. Às vezes a gente entende o 9 como o pivô que fica lá na área e não dá profundidade. O Bruno pode trabalhar e já trabalhou nas três funções na frente.

Colômbia

– Quando nos enfrentamos nas Eliminatórias, foi a que mais embate técnico nós tivemos. Os dois jogos foram muito difíceis com competição física e lealdade técnica. O Pékerman já vinha com uma base de muita qualidade, faça-se o registro. Nós enfrentamos agora uma seleção que continua sólida, independente de não estar com o James (Rodríguez).

Relação com Juninho Paulista

– Juninho foi meu atleta no Palmeiras. Ontem no almoço ficamos recordando uma passagem que tivemos juntos. O fato de ele estar já dentro da Seleção numa outra área facilitou porque tínhamos esse convívio. Isso tudo facilitou, agilizou o processo.

Daniel Alves

– Que ele seja exemplo para todos! Porque ele continua em alto nível porque faz seu treinamento sempre numa situação parecida com a de jogo. No dia do jogo tem uma atmosfera diferente. Mas as outras variáveis a gente pode controlar. Que ele fomente os seus objetivos pessoais.

Formação do time

– Hoje nós jogamos com uma composição com quatro homens no meio de campo, e o quarto é o Firmino. É um desenho diferente do que tínhamos. Isso exige tempo até coordenar, acompanhar raciocínio de cada um, rapidez.

Sobre rotina na Seleção

– Eu tive que me reinventar e criar uma rotina. A gente não sabia essa rotina. Me incomoda algumas vezes? Me incomoda. Queria estar mais tempo junto? Sim. Acho que poderia contribuir mais para a formação de um atleta? Sim. Mas lutei muito para chegar na Seleção, são etapas que temos que construir.

Vinicius Junior, atacante do Real, durante treino da Seleção — Foto: Pedro Martins / MoWA Press

Evolução de Vinicius Junior

– Primeiro é compreender o lado humano do garoto de 19 anos, o desempenho está ligado à confiança. As oscilações de desempenho vão acontecer. Um garoto que tem potencial no um contra um numa velocidade… Eu brinco que ele tem um potencial de seis, sete marchas (risos). Mas seguramente tanto Zidane quanto Solari sabem desse processo. Às vezes as correções acontecem, mas não na pressão exagerada. E sim na cobrança com orientação. É um jogador carismático muito grande, a gente gosta dele de graça.

Ausência de gols de falta

– Eu tenho acompanhado, ouvi vocês falarem, e é verdade. É um desafio que a gente tem de bola parada. Vamos ver se no jogo sai alguma coisa diferente, capricha na precisão. Essa especificidade vem do clube também. Não estou me ausentando de responsabilidade, mas dá um polimento.

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