Tite lamenta derrota do Brasil para Peru, mas critica gramado em Los Angeles

O dia foi de testes, novidades no time, a terceira derrota à frente da seleção brasileira, mas o que mais preocupou o técnico Tite após a derrota por 1 a 0 para o Peru foi outra coisa: o estado do gramado do Los Angeles Memorial Coliseu. O treinador lamentou o resultado, mas fez questão de citar a má qualidade do campo onde sua equipe atuou. E foi além. Cobrou atitude da CBF e da empresa responsável por marcar os amistosos da Seleção.

– Está errado, o gramado influencia no desempenho, não pode acontecer. Corre risco de lesão. Não é desculpa da derrota, não quero colocar isso. Não peguem só uma parte do que estou dizendo. Tem que matar no peito, assumir a derrota. O adversário montou estratégia e ganhou. Mas futebol de alto nível não pode acontecer. Está ligado também à Argentina e Chile (jogaram na quinta no mesmo estádio). Não pode ter campo nessas condições. Vai ter escanteio, vai ter contato com adversário e vai parar na arquibancada.

“As pessoas responsáveis, a empresa, eu também tenho minha responsabilidade, antes conversei com Juninho (diretor de Seleções da CBF). A Pitch (empresa organizadora) precisa cuidar disso, sim”, declarou Tite.

O Los Angeles Memorial Coliseu é a casa dos Los Angeles Rams, que atua na NFL (Liga de Futebol Americano). O gramado no local é natural, mas muito baixo e duro. O jogo é mais veloz. Tite até elogiou o estádio do Los Angeles FC, equipe que disputa a MLS, onde a Seleção fez seus treinamentos. E o citou como um possível palco para o jogo.

– Tem que ter um campo melhor para jogar. Não pode ter um campo desse, não dá para ter um espetáculo num gramado desse. Dá para jogar soccer, dá para jogar de tênis. A gente teve três primeiras bolas que fomos inverter, foram três bolas longas porque não teve precisão. Não é desculpa para a derrota, porque foi para os dois. Mas que um busca mais jogar e outro busca contato, tem uma diferença – avaliou.

Tite também comentou sobre o desempenho do time, a presença de Neymar no banco e os novos jogadores que ganharam chance na equipe. Confira os melhores trechos da entrevista coletiva.

MUDANÇAS

– A essência foi da Seleção. As oportunidades e as mudanças foram no momento que eu entendi ser melhor, e não visando proteger o atleta procurando estar bem ou não na volta ao clube. Privilegiei as mudanças pensando na Seleção.

OPORTUNIDADES

– No pós-Copa América, começou uma outra etapa de oportunidades. Então é natural que não atinja o mesmo patamar de desempenho. Gosto de dar oportunidades para jogarem, isso é fundamental. Eu gostei do desempenho nos dois segundos tempos. No primeiro tempo (contra a Colômbia), fomos muito irregulares, a Colômbia atacava, mas nos dava brecha. Hoje, não. O futebol é criar oportunidades e fazer o gol, ser efetivo. Mas o nosso desempenho no segundo tempo foi criando oportunidades. Aí nos faltou uma precisão maior. O goleiros deles, quando acionado, também foi bem.

AVALIAÇÕES

– Olhar o desempenho nos clubes é fundamental. E o histórico na Seleção. Essa avaliação é fundamental sempre.

NEYMAR NO BANCO

– Foi Neymar, foi Dani, foi Thiago, foi Arthur. Temos que saber jogar sem as pilastras técnicas da equipe, as pilastras de liderança, de capitania, de liderança comportamental. Eu não consigo tirar conclusões sem botar para jogar. Temos que responder enquanto equipe também. Mas teve (uma condição física), sim, para ele ficar no banco. E do Arthur também.

VINICIUS JUNIOR

– Calma com o Vinicius. Ele entrou para tentar o lance, dar profundidade. Ele puxou uma jogada com Neymar. Precisa de espaço para ter bola lançada. Mas vai amadurecer. É um garoto. Vai amadurecer – disse o treinador brasileiro.

 

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