No terceiro dia do Seminário Oportunidades de REDD+ para a Amazônia, que está sendo realizado em Rondônia, a discussão foi sobre as estratégias de baixas emissões de carbono baseado no peixe. Nesta sexta-feira, 25, no encerramento, os participantes assistiram a uma apresentação sobre a proposta de um projeto de apoio ao desenvolvimento de baixas emissões baseada no peixe com os principais elementos, parceiros e financiamentos.
Antes disso, as apresentações foram divididas em eixos temáticos como O contexto produtivo nos estados da Amazônia e Políticas públicas para aquicultura e pesca nos estados da Amazônia. Também foi apresentado um painel com objetivo de debater as potencialidade e desafios para exportação.
O vice-diretor do Earth Innovation Institute (EII -, Sigla em inglês para Instituto de Inovaçâo da Terra) e professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), David Gibbs McGrath. Esteve presente ao evento para falar sobre a integração entre piscicultores e pesca manejada. Segundo David, o EII está iniciando um levantamento para avaliar e desenvolver uma estratégia.
“Esta é uma fase importante de elaboração de proposta que pode ser apresentada para financiamento e, em seguida, fazer ou atualizar um diagnóstico de pesca e piscicultura dos estados membros da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Brasil). É uma construção que parte da base, mas com a atenção para identificar não só as oportunidades, mas, principalmente as dificuldades para serem resolvidas”, explicou.
O EII tem um escritório regional no Acre, coordenado por Elsa Mendoza. Para ela esse encontro é importante para fortalecer a cadeia de produção da piscicultura na Amazônia, especialmente com os estados que fazem parte do GCF Brasil, visto que cada um deles tem suas especificidades e podem alcançar mercados diferenciados a nível internacional.
“A elaboração de uma proposta integrada vai permitir que aumentemos a competitividade nos mercados internacionais para a venda do peixe. O EII já tem uma experiência da pesca e, agora, na piscicultura. Esse encontro proporciona a troca de experiências e fortalece as tecnologias que existem para aumentar a produção”, salientou Elsa.
A diretora técnica da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais (CDSA), Rosângela Benjamim, acredita que participar de um evento onde os estados apresentam suas experiências contribui para o crescimento e aumento da produção. “Estamos buscando trabalhar na cadeia produtiva de baixas emissões e para a CDSA, que trabalha a questão dos negócios, o fomento, as cadeias produtivas, o peixe faz parte de um dos potenciais de exportação que pode fazer o Acre vir a ter muito êxito”, disse a diretora.
O secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental do Estado de Rondônia (Sedam), Edgar Menezes, acredita que esse é um tema onde existem algumas dificuldades e, as vezes, algumas divergências ao encarar as questões ambientais.
“A piscicultura está dentro do agronegócio. Então a sensação e o sentimento que a gente tem é de que as pessoas que participaram do evento, se sentiram mais fortalecidas para trazer as discussões à mesa de conversas com o empresariado. E isso é importante para nós, pois eles poderão, a partir daqui, em alguns setores, perceber como a questão ambiental é fundamental. Não queremos só fazer, queremos fazer tudo o que está de acordo com a legislação ambiental. Nós esperamos que a Amazônia inteira possa se unir em um objetivo comum, atendendo as especificações de cada estado”.
Representando o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Celso Nascimento viu no evento a importância da industrialização já que a proposta do governo no Acre é o agronegócio. “A tecnologia tem que estar perto do produtor e nessas reuniões nós encontramos parceiros para desenvolver o que precisamos dentro do nosso estado. Se não estivermos lado a lado com a lei e o com o que o mundo está pedindo, não podemos agregar valor, ou seja, ter qualidade e, por isso, a aproximação com o produtor é fundamental para que se sintam envolvidos no processo”, enfatizou Celso.
Estiveram presentes no evento a diretora-executiva da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema), Vera Reis Brown, o presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC), professor Carlito Cavalcanti. e a diretora-executiva do IMC, Julie Messias.
Sobre REDD+ (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal)
REDD+ é um incentivo desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de Redução de Emissões de gases de efeito estufa provenientes do Desmatamento e da Degradação florestal, considerando o papel da conservação de estoques de carbono florestal, manejo sustentável de florestas e aumento de estoques de carbono florestal (+).