O deputado federal Alan Rick (DEM) e a ex-senadora Ana Amélia (PP/RS), atual Secretária de Relações Federativas e Internacionais do Governo do RS, foram ao Ministério da Agricultura e Pecuária a fim de solicitar apoio para o desenvolvimento de novas tecnologias na produção de produtos de borracha nativa. Eles foram acompanhados do professor Floriano Pastore Jr., responsável pela pesquisa que está sendo realizada na Universidade de Brasília.
De acordo com o professor, a produção de látex no Brasil gera, hoje, cerca de 40 mil empregos, mas tem potencial para mais do que dobrar esse número. O que é produzido aqui não chega a ser suficiente para o consumo interno, e o país poderia ser um potencial exportador desse novo modelo de borracha natural.
A pesquisa desenvolvida na UnB demonstra alto potencial para o látex quando este é combinado ao tanino da acácia-negra (comumente utilizado no Rio Grande do Sul para curtir couro), que funciona como um substituto da amônia e transforma a borracha em hipoalergênica (anti-alérgica). Além disso, os mesmos pesquisadores já vêm, há anos, desenvolvendo métodos buscando otimizar todo o processo, e o professor Floriano é responsável pelos métodos mais modernos de produção utilizados hoje no Acre: foi de sua pesquisa que surgiram os métodos FDL (Folha de Defumação Líquida), FSA (Folha Semi-Artefato), AFM (Artefatos da Folha Moldada) e TEA (Tecido Emborrachado da Amazônia).
“Este processo tem um potencial enorme se for implantado na borracha que vai para a Natex, a fábrica de camisinhas do Acre. Produziríamos preservativos anti-alérgicos de alta qualidade, mais resistentes que os atuais, com uma patente brasileira e a borracha natural acreana”, explicou Alan Rick. “Temos potencial para aumentar nossa produção e atender não só o Ministério da Saúde, como outros compradores, pois a alergia ao látex é um problema que impede muitos de utilizarem não só a camisinha, como também as luvas de borracha descartáveis, obrigatórias para profissionais da saúde”, completou.