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Dom Joaquim pede ao Papa Francisco que reconheça Padre Paolino como mártir

Por TIÃO MAIA, DO CONTILNET

Padre Paolino morreu com 90 anos e 63 de vida sacerdotal/Foto: Reprodução

Nascido na cidade de Bologna, na Itália, o padre Paolino Baldassari, pároco de Sena Madureira durante aproximadamente 46 anos, falecido aos 90 anos de idade em 2016, deverá ter seu sacrifício de defesa dos mais pobres reconhecido pela Igreja Católica em todo o mundo. Este foi o pedido feito pelo bispo da Diocese de Rio Branco, Dom Joaquim Pertinez, ao Papa Francisco, no Vaticano, na semana passada. O bispo continua em Roma.

O Vaticano também estuda a possibilidade de canonizar o padre como santo, a exemplo do que fez com a Irmã Dulce, da Bahia, por sua dedicação aos pobres. Padre Paolino era conhecido pelas chamadas “desobrigas” – viagens que fazia pelos rios da região do Iaco levando socorro, remédios e ajuda espiritual a seringueiros e populações tradicionais. O processo que pode resultar na canonização e no primeiro santo do Acre leva no mínimo dez anos de análise, revelou em Rio Branco, o padre Máximo Lombardi, pároco da Catedral Nossa Senhora de Nazaré, ao confirmar o pedido ao Vaticano para transformar Baldassari em santo.

Dom Joaquín Pertíñez participa de evento com o Papa, em Roma/Foto: Cedida

Em Roma, na semana que passou, o bispo Dom Joaquim entregou ao papa uma carta das irmãs Missionárias Agostinianas Recoletas pedindo reconhecimento da irmã Cleusa Coelho como mártir da Amazônia. O pedido também foi feito em relação à missionária Irmã, assassinada em abril de 2012, às margens do Rio Paciá, em Lábrea, no Amazonas, onde trabalhava com os Apurinã. Assim como Baldassari, Irmã Cleusa fez a opção pelos pobres e pela defesa dos direitos indígenas.

“Entreguei uma carta das Missionárias Agostinianas Recoletas pedindo reconhecimento da Irmã Cleusa, de Lábrea, que foi assassinada pela causa indígena. E como estamos falando tanto da Amazônia, pedimos que fosse declarada mártir da causa indígena”, disse o bispo Dom Joaquim em entrevista em Roma e reproduzida pela TV Diocese, em Rio Branco.

Se atendido pelo Papa, o pedido da Congregação das Missionárias Agostinianas Recoletas abriria caminho para o reconhecimento de outros religiosos que também passariam a receber as honras em altares da Igreja Católica ao redor do mundo. É o caso de Irmã Dorothy Stang, assassinada em 2005, e do padre comboniano Ezequiel Ramín, assassinado em 1985 também na Amazônia brasileira, além de Paolino Baldassaria, o qual, embora tenha morrido de causas naturais, colocou a própria vida em defesa da Amazônia e de seus povos.

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