Ruas esburacadas, falta de iluminação pública, matagal, casas tomando o espaço de indústrias, entre outros problemas. Alguém acredita que este é o cenário onde estão instaladas empresas consideradas extremamente importantes para geração de emprego e renda no Estado? Infelizmente, essas são as condições do Distrito Industrial de Rio Branco.
O relato é feito por empresários como o presidente da Federação das Indústrias do Acre (FIEAC), José Adriano. Segundo ele, há um verdadeiro descaso por parte do poder público com essa importante região da capital acreana. “Não estamos conseguindo conversar com a prefeita de Rio Branco, Socorro Neri. Já solicitamos, por diversas vezes, audiência para saber qual é a proposta do poder público municipal para aquela área, mas até agora não conseguimos agendar nenhuma reunião com a gestora”, afirma o presidente da FIEAC.
José Adriano ressalta que um dos grandes desafios da Federação das Indústrias é buscar novos investimentos para o Estado, no entanto, condições precárias como a do Distrito Industrial tornam essa tarefa quase impossível. “O empresário precisa sentir-se encorajado a se estabelecer em um ambiente como aquele. Entretanto, basta passar pelo local, sobretudo no período noturno, para saber que não há nenhuma segurança. Até mesmo os colaboradores das empresas precisam sair mais cedo, pois se forem retornar para casa com o dia já escurecendo o risco é enorme”, acrescenta.
Diante de tantas adversidades, o empresário reforça a importância do apoio do poder público. “A iniciativa privada está buscando caminhos para protagonizar um desenvolvimento mais sustentável para o nosso Estado, mas precisamos da ajuda da prefeitura, do Ministério Público e dos demais órgãos. Temos propostas, inclusive dentro da campanha ‘Reage, Indústria’, para melhorar as condições do Distrito, dos parques industriais e, consequentemente, preservar inúmeros empregos”, salienta José Adriano.
Augusto Nepomucena, empresário do setor moveleiro e presidente do Sindmóveis, corrobora com o que diz José Adriano. Ele revela, inclusive, que as más condições do Distrito Industrial – onde funciona o Polo Moveleiro da capital – têm feito com que indústrias de seu setor fechem as portas.
“Infelizmente, nossa situação no Polo Moveleiro não passa por bons momentos. As condições são bem precárias e isso tem prejudicado a todos. Na minha indústria, por exemplo, o número de funcionários caiu consideravelmente do ano passado para cá. Outros empresários encerraram suas atividades. Precisamos de apoio para superar todas essas dificuldades”, enfatiza Nepomucena.