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Gladson diz a deputados não ter culpa de ter encontrado o Estado destruído

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

O encontro do governador Gladson Cameli com os deputados estaduais que compõem sua base de apoio na Assembleia Legislativa – 16 parlamentares de um total que pode chegar a 18 membros – foi, na verdade, um pedido de “bandeira branca” e suspensão de quaisquer resquícios de animosidade que sejam capazes de resultar em nova crise, por menor que seja, entre a bancada e o governo.

O encontro, realizado na manhã desta terça-feira (15), na sala de reuniões da Casa Civil, foi articulado pelo chefe da Casa Civil, Ribamar Trindade, e pelo secretário de Articulação Política, Alyssson Bestene, do qual Gladson Cameli foi um anfitrião de um café da manhã que serviu, sobretudo, para que o governador apelasse pelo apoio dos parlamentares e para mais uma vez fazer desabafos em relação à crise financeira em que encontrou o Estado. Além dos dois secretários, dos deputados e do governador, o procurador geral do Estado, Andrey Holanda, também participou do encontro.

“Não tenho culpa de o Estado ter chegado nesta situação. Não fui foi eu que contraí e não paguei as dívidas do Estado”, disse o governador aos deputados. “Todos os municípios em que a gente anda, encontramos tudo destruído. Se eu não estivesse enxugando a máquina e correndo atrás de dinheiro, já tínhamos decretado calamidade financeira no Estado”, acrescentou ao conclamar o apoio dos deputadas da bancada de apoio ao Governo na aprovação “de projetos de interesse do Estado e da população”.

Entre os projetos de interesse do Governo, que já tramitam ela Assembleia Legislativa, está o que estabelece a contratação de empréstimo financeiro do Estado junto ao Banco do Brasil, na ordem de R$ 268 milhões, para investimento em infraestrutura, e o desarquivamento e aprovação da proposta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2020.

A LDO vem sendo objeto de intensos debates no Legislativo desde que sua aprovação pela Assembleia foi vetada pelo governador e os deputados derrubaram o veto governamental, que acabou sendo mantido pelo plenário por 20 votos e agora é objeto de discussão por causa de um arquivamento considerado irregular. O governo também conta com a aprovação, pelos deputados, de proposta da venda das dívidas do Estado em vários bancos, estimadas em R$ 3,8 bilhões, para um único banco, que cobraria juros menores e isso permitira, pelos cálculos do governo, uma economia anual da ordem de R$ 200 milhões.

“Foi uma reunião de alinhamento para que todos, deputados e o governo, saibam que está em jogo o futuro e que todos nós temos responsabilidades com isso”, disse o chefe da Casa Civil, Ribamar Trindade. O presidente da Assembleia, deputado Nicolau Júnior, disse que uma vez mais o governador Gladson Cameli demonstra que é um estadista e que não quer governar sozinho.

Por sua vez, ao se dirigir aos deputados, o governador disse que não permitirá a divisão de seu governo a partir de intrigas. “O que chama atenção são as conspirações para que as coisas deem errado. Pessoas tentam me colocar contra minha equipe, contra a base do governo. Já estamos com problemas com relação às emendas de bancada, mas eu não sou como o PT ou como todos que não respeitavam o Poder Legislativo”, disse o governador aos parlamentares. “Tenho boa fé para trabalhar pelo povo acreano e não tenho dúvida que executaremos todos os projetos para que o Acre volte a crescer e as famílias terem emprego e renda”, acrescentou.

Assim como manifestou confiança em sua bancada de apoio em relação à aprovação de interesse do Governo, Gladson Cameli reafirmou sua confiabilidade em relação ao secretário Ribamar Trindade e disse que todos, em nome do futuro e da população têm que se ajudar, manter o dialogo aberto e levantar  “bandeira branca” e destacou que vem dando todas as condições possíveis para que seus secretários possam trabalhar. De acordo com o governador, até o mês de dezembro ele vai acompanhar o desempenho de todos para fazer uma nova avaliação de cada um. “Estamos fazendo nossa parte e por isso os nossos aliados na Assembleia e no Congresso precisam estar unidos para que possamos construir as obras  estruturantes das quais a população precisa. É preciso recomeçar e vencer etapas”, disse.

Os deputados presentes à reunião de alinhamento com o governo

De um número esperado de 18 deputados, compareceram 16 e a 17ª, que deveria ser a deputada do MDB Antônia Sales, só não compareceu porque não conseguiu ser localizada por telefone, revelou o secretário Ribamar Trindade. “Acho que ela está pelo interior de sua região”, disse o secretario. A base eleitoral da deputada é o Vale do Juruá, com localidades de difícil acesso e em muito vezes sem comunicação.

Se não apareceu Antônia Sales, declaradamente aliada do governo, surpreendeu a presença na reunião do deputado estadual Manoel Moraes, do PSB, partido que integra a Frente Popular do Acre, adversária do atual governo. “O deputado Antônio Moraes já é da base do nosso Governo”, disse o deputado Nicolau Júnior. “Mesmo sendo ele do MDB”, disse. O deputado Manoel Moraes confirmou, mas disse que não ai do PSB para o PP, como vem sendo ventilado.

Na reunião, estavam presentes os deputados Nicolau Júnior, Ghelen Diniz e José Bonfim (os três do PP), Cadmiel Bonfim e Luís Gonzaga (PSDB), Wendy Lima (PSL), Neném Almeida (Solidariedade), Manoel Moraes (PSB), Meire Serafim (MDB), Pastor Wagner Felipe (PR), Manoel Pedro (DEM0, Marcos Cavalcante (PTB), Josa da Farmácia (Avante), Luís Tchê (PTB), Chico Viga (sem Partido) e Dra. Juliana (PRB).

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