O governador em exercício do Acre, Major Rocha, recebeu nesta terça-feira, 22, os empresários Canísio Frank e Luís Grams para tratar sobre a viabilidade da cessão de maquinário e equipamentos do polo moveleiro de Tarauacá. Apesar do investimento milionário feito pela antiga gestão, o complexo, que deveria ser referência de desenvolvimento e geração de empregos para o município, jamais entrou em funcionamento.
O abandono do local favoreceu a ação de criminosos, que nos últimos anos aproveitaram a fragilidade da segurança e furtaram diversos equipamentos. De acordo com Rocha, o objetivo do governo é encontrar alternativas legais junto à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para que o maquinário seja cedido para a iniciativa privada.
“Aquele foi um investimento de quase R$ 50 milhões feito pelo governo passado e que, infelizmente, não serviu para nada. Hoje, nós temos naquele local um galpão gigantesco que está sendo depreciado e saqueado. Para recuperar os equipamentos, o governo teria que investir cerca de R$ 3 milhões, valor que o Estado não tem condições de investir mediante a atual situação financeira. A ideia é encontrar uma solução para que estes equipamentos não sejam ainda mais danificados e que eles possam ser revertidos em benefício da população. Vamos avaliar a proposta apresentada pelos empresários”, pontuou Rocha.
Os empresários manifestaram como contrapartida pelo uso do maquinário estatal, o compromisso de geração de novos empregos com carteira assinada e pagamento dos tributos estaduais. Canísio Frank, proprietário de uma madeireira em Tarauacá, está confiante no novo governo e acredita na concretização da futura parceria.
“Eu vejo essa cessão como a solução de um problema existente. A retirada daqueles maquinários que estão parados nos galpões para o uso em nossas madeireiras vai gerar mais emprego e renda para a população. Agradecemos a atenção do Major Rocha e acreditamos que vamos encontrar a melhor alternativa”, afirmou.
Setor madeireiro volta a crescer no Acre
Luís Grams está otimista com o novo rumo da indústria madeireira acreana. Há três anos, ele instalou uma serraria no município de Sena Madureira. O empresário revela que o volume da produção deste ano já é 30% superior ao registrado durante 2018. A expectativa para 2020 é ainda maior.
“Essa mudança positiva se deu, principalmente, por causa da troca de governo. O rigor no cumprimento da lei continua o mesmo, mas percebemos que agora estão deixando a gente trabalhar, diferente do passado. Isso é muito bom porque o Acre tem um potencial madeireiro excelente e queremos dobrar a nossa capacidade para o próximo ano”, disse.
Grams explicou que a transferência dos equipamentos será fundamental para aumentar a capacidade de produção de sua empresa. Dos atuais 60 funcionários, a meta é chegar aos 120 colaboradores com média salarial de R$ 2,2 mil.
“Este diálogo aberto com o governo é muito importante e era o que nós, empresários, estávamos aguardando. Com isso, quem tem a ganhar é o próprio governo, que vai arrecadar mais impostos, a população com mais oportunidades de trabalho e todo o setor madeireiro em geral”, salientou.
Um dos motivos que explica o retorno do crescimento do setor é o fim da burocracia na emissão de licenças ambientais por parte do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac). Em 2019, documentos que levavam mais de três anos para serem emitidos foram entregues aos empresários em, aproximadamente, 90 dias. Durante o lançamento do Plano Agroflorestal, o governo fez a entrega de 171 licenças e possibilitou, apenas no setor florestal, a criação de 2,9 mil empregos.