O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), disse nesta sexta-feira, em entrevista ao GLOBO, que o presidente Jair Bolsonaro comprou votos na disputa interna do partido para eleger Eduardo Bolsonaro como líder. Ele disse também que a legenda vai pedir a cassação do mandato de seis deputados federais do PSL que estão no grupo dos bolsonaristas.
Em um áudio vazado para a imprensa, o senhor chamou o presidente Jair Bolsonaro de ‘vagabundo’…
Eu não menti.
Mas por que ele é vagabundo?
Eu sou um dos quatro votos que ele teve quando disputou a presidência da Câmara. O filho dele estava surfando e eu estava votando nele. Desde aquela época ele já construía a candidatura à Presidência dele e eu estava ao lado dele. Depois, ano passado, quando ele foi para o PSL, eu fui um dos oito parlamentares que foram com ele. Eu abri mão de R$ 2,5 milhões que teria no PR para acompanhá-lo. Fui eu que segurei todas as pautas econômicas que iam explodir no início do governo dele. Era final do governo Temer e eu sozinho em plenário, como líder que estava naquele momento, segurei as pautas bombas. Andei em 246 municípios de Goiás no sol, arriscando a minha vida em cima de carro de som, pedindo votos e gritando o nome dele.
O senhor acusa o presidente de comprar votos. Pensa em entrar com alguma medida na Câmara?
Isso quem tem de decidir é o Parlamento e os partidos, se entenderem que é motivo para pedir um impeachment. A gravação é clara. E mais: ontem, os ministros da Educação, Abraham Weintraub, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, estavam ligando para parlamentares pedindo para colocar Eduardo como líder do PSL. É justo isso?