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Médico que criou centro para tratar o autismo é homenageado pelo Sebrae

Por TON LINDOSO E WANIA PINHEIRO, DO CONTILNET

Com mais de um ano de atuação no município de Cruzeiro do Sul, o Centro de Tratamento de Interação Sensorial (Centrin) foi uma das instituições aclamadas durante o Destaque Empresarial, evento promovido na Associação Comercial do Acre (Acisa) pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para celebrar as instituições e pessoas que foram destaques no ano, nos mais variados setores.

Inaugurado em julho de 2018, o centro funciona na região central do município e atende, além de pessoas diagnosticadas com autismo, pessoas que estão em processo de diagnóstico e precisam de auxílio. O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido pela denominação autismo, é um transtorno neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não verbal e comportamento restrito e repetitivo.

Fundado pelo médico Mazinho Maciel, o centro nasceu por causa de uma notícia inesperada: sua filhinha de apenas dois anos de idade foi diagnosticada com o transtorno. Não sabendo nada sobre a doença, a surpresa foi ainda maior: ele descobriu que, na sua cidade, não havia um centro que pudesse ajudar pessoas como sua filha – e foi aí que ele decidiu montar o Centrin.

Hoje, ele atende mais de 80 pessoas nessas condições e, orgulhoso, subiu ao palco do Destaque Empresarial para receber a homenagem – a do Sebrae e os aplausos de todos os presentes. E é claro que o ContilNet, um dos homenageados da premiação, não poderia sair da noite de gala sem falar um pouco sobre a história de um dos principais destaques desta noite.

Conversamos com Mazinho Maciel e você confere tudo na entrevista a seguir. Acompanhe:

Sem dúvidas, o reconhecimento que o Centrin recebeu no Destaque Empresarial reitera o trabalho que vocês têm feito e a importância do centro no município de Cruzeiro do Sul – mesmo em tão pouco tempo de vida. O que isso significa para você?

Reconhecimento é a certeza que estamos no caminho certo. Temos um árduo caminho pela frente, mas esse tipo de reconhecimento faz com que a gente [pessoas que fazem parte do Centrin] persista nessa luta, e [faz com que a gente] continue estudando e apendendo para ofertar o melhor serviço possível para essas famílias que têm crianças autistas e sofrem tanto.

Quantas crianças vocês atendem atualmente? Pensam em expandir as atividades para outras cidades acreanas?

Hoje temos cerca de 80 crianças, e sim, queremos atender mais pessoas e pensamos em expandir. No momento, temos 3 localidades acreanas que possuem interesse. Vamos, nos próximos dias, programar viagens para que a gente possa conhecer a realidade dessas localidades e, quem sabe, ofertar o serviço que ofertamos em Cruzeiro do Sul.

O médico Mazinho Maciel foi homenageado na noite desta sexta-feira, no Sebrae

Você trabalhava como clínico-geral na área de urgência e emergência. Por causa do diagnóstico recebido pela sua filha, começou a estudar a doença e hoje é responsável por esse trabalho no Centrin. Com base nos seus estudos e no trabalho que o Centrin desenvolve, como você considera que o autismo deve ser tratado?

Essa é uma questão importante: o autismo não tem cura, tem tratamento. Quanto mais rápido e precoce o diagnóstico, melhores os resultados. Gosto de trabalhar com três pilares: a psicoterapia, mais especificamente fono [fonoaudiologia, ciência que estuda a comunicação e a linguagem], psicoterapia com o psicólogo e terapia ocupacional. Além de, claro, família e escola [regular]. No caso da escola, essas crianças têm direito a um profissional que chamamos de mediador ‘à parte’.

Essa integração com o ensino regular, com esse suporte do mediador, surte bons efeitos? Como o senhor avalia isso com base nas experiências obtidas no Centrin?

Uma das nossas principais guerras é a inclusão. Ela [a criança com deficiência] tem que estar inclusa, frequentando a escola regular e com a presença do mediador, que é um direito dela! No Centrin, quando essas crianças frequentam a escola, conseguimos com que o Estado forneça esse mediador. Essa, sem dúvidas, é uma das nossas principais lutas.

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