Nesta quinta-feira (3), a bancada feminina do Acre no Congresso Nacional participou de uma reunião no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). No encontro, médicos e pesquisadores apresentaram os resultados da análise dos casos de manifestações psicogênicas, segundo familiares, associados após vacinação contra HPV no estado. Durante a pesquisa algumas famílias relataram que as adolescentes vacinadas teriam sofrido reações adversas após a imunização.
Os casos foram analisados em São Paulo mediante acompanhamento presencial das garotas. A possível correlação de doenças do cérebro com a vacina contra HPV foi observada pelos especialistas neste ano e chegou-se à conclusão de que a imunização não foi a responsável pelo desenvolvimento das doenças.
A deputada Perpétua Almeida relatou as preocupações da população acreana com o caso. Pediu para que a equipe responsável pelo caso vá ao Acre e exponha para as famílias e a população o que foi descoberto durante a observação. “Também peço o envolvimento do Governo do Acre e do Ministério da Saúde para traçar uma forma de informar a população sobre a pesquisa e a prevenção do câncer do colo de útero que mata muitas mulheres no Acre e no Brasil e para o qual a vacina foi criada”, defendeu.
Para Mara Rocha, “é urgente levar para o Acre tudo o que foi discutido na reunião e também fazer com que o Governo do Estado garanta a continuidade do tratamento das garotas. Precisamos de comprometimento e de ajuda às famílias.”
Jessica Sales pediu a união de toda a bancada federal acreana para essa situação e também solicitou que a população seja informada pelos médicos do caso. “É importante que eles expliquem como essas crianças foram tratadas e serão acompanhadas daqui pra frente”, disse. Jessica assumiu o compromisso junto com as demais parlamentares de organizar audiência pública na Comissão de Saúde e Seguridade da Câmara para exposição da pesquisa.
A senadora Mailza Gomes afirmou que é importante fazer um compromisso de cuidado e atenção ao caso. “Nossa busca era para encontrar um caminho que viesse dar um alento àquelas famílias que tanto sofriam, e esse caminho foi cientificamente direcionado. Cabe a nós fazermos um compromisso de cuidar delas e evitar que outras passem por essa situação”, completou.
Estiveram ainda no evento médicos do Acre e o promotor de Justiça Especializada de Defesa da Saúde, Glaucio Oshiro, representando o Ministério Público.
Os dados também devem ser apresentados nas próximas semanas na Câmara dos Deputados e, posteriormente, no Acre.