23 de abril de 2024

Novo parasita mata em 90% dos casos e gera infecção no baço, fígado e na pele

Pesquisadores brasileiros descobriram um novo parasita que pode levar à morte e já fez vítimas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A doença em questão ataca baço, fígado e até mesmo a pele. Além de se manifestar de forma semelhante à da leishmaniose visceral, os cientistas descobriram que o organismo pode habitar mais de um hospedeiro, desde insetos até seres humanos.

A pesquisa sobre o parasita foi conduzida por profissionais de diversos centros de estudos, incluindo a Universidade Federal de São Carlos, Universidade Federal de Sergipe, USP-Ribeirão Preto, National Institutes of Health, em Maryland (EUA) e da Fundação Oswaldo Cruz.

O estudo foi publicado no site da revista científica Emerging Infectious Diseases e será incluído na edição de novembro da publicação. A descoberta foi feita após a análise do material genético de amostras coletadas de um paciente de 64 anos. Ele havia sido infectado pelo microrganismo em 2011 e faleceu numa cirurgia para remoção do baço, já comprometido pela infecção.

O material coletado foi dividido em LVH60, das vísceras do paciente (fígado e baço), e LVH60a, das feridas cutâneas apresentadas pelo idoso. Mas o resultado foi diferente do esperado: o parente mais próximo do novo parasita não pertencia ao gênero Leishmania , embora seu ataque seja feito de maneira semelhante ao Leishmania infantum – causador da leishmaniose visceral, que mata em 90% dos casos, segundo o Ministério da Saúde.

Na verdade, o “primo” genético do novo organismo é o Crithidia fasciculata , tripanossomatídeo que só consegue infectar um único hospedeiro , escolhendo entre os mosquitos transmissores da malária e os parentes do pernilongo comum. Isso significa que, para o novo espécime ter infectado um ser humano, ele deveria ser capaz de se alastrar em mais de um hospedeiro durante sua vida. Para testar esta hipótese, eles usaram as amostras em ratos de laboratório.

Testando a infecciosidade do parasita

No primeiro teste, os cientistas observaram a proliferação do HLV60 e do HLV60a no baço e fígado das cobaias. A infecção, contudo, não se mostrou tão agressiva quanto a da amostra de comparação que estavam usando.

Ao testarem as amostras na pele dos ratos, porém, eles obtiveram um resultado positivo para a pesquisa: o HVL60a estabeleceu um quadro infeccioso na orelha dos ratos, causando lesões cutâneas semelhantes às observadas no paciente de 2011.

Dessa forma, ficou comprovado que o novo parasita pode, sim, representar um risco para os seres humanos. Na conclusão do estudo, os pesquisadores enfatizaram a necessidade de investir no tratamento de infecções do tipo e de ir mais a fundo nas pesquisas, coletando e analisando mais amostras, bem como a urgência de mapear a distribuição dos tripanossomatídeos no território brasileiro e investir no controle de epidemias.

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