PF acusado de matar a filha acusa policiais que o prenderam de abuso e tortura

Solto horas depois de ser preso em Maceió, na última quinta-feira (11), o policial federal Dheymersonn Cavalcante, acusado de premeditar a morte da filha de dois meses após alimentar o bebê com leite industrializado, comentou a decisão da justiça com a reportagem do ContilNet e disse que a ação policial foi realizada com extremo abuso de autoridade.

Dheymersonn recebeu um mandado de prisão enquanto fazia exames em um hospital na Gruta de Lourdes.

O agente explicou que no momento da “coerção”, o ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) já havia assinado o Habeas Corpus – o que impediria a ação da polícia.

“Só uma correção. No momento da prisão, já havia sido assinado pelo Ministro do STJ o Habeas Corpus. Logo, os policiais sequer poderiam realizar mais a prisão”, comentou. “Além disso, a ação foi realizada com extremo abuso de autoridade”, continuou.

Cavalcante afirmou que o magistrado considerou “desarrazoada” ou injusta a ideia de que um pai haveria de pedir à avó para matar a própria filha.

“O Habeas Corpus foi concedido conforme parecer do Procurador Geral da República, Augusto Aras, nomeado pelo Presidente da República, que ao analisar as provas periciais que foram desconsideradas pelo TJAC, entendeu ser extremamente desarrazoado entender que um pai haveria de pedir a avó para matar a própria filha. Assim, de ofício foi concedido o HC por entender o STJ pela flagrante de ilegalidade cometida”, disse.

Dheymersonn disse que por entender assim, não assinou o termo de prisão, quando levado para a sede da Polícia Federal em Alagoas.

“Foi devido a esse flagrante de ilegalidade que, ao ser levado a sede da PF em Alagoas eu falei abertamente: “A prisão é ilegal e não vou assinar nenhum termo de prisão””, finalizou.

O agente afirmou ainda que depois disso, “foi aberto procedimento na corregedoria contra os policiais” e que nessa semana deve iniciar uma representação pelos crimes de abuso de autoridade e tortura.

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