A vitória do Flamengo contra o River Plate, no Peru, em um acirrado jogo que deu ao time carioca a Taça da Libertadores 2019, foi sem dúvidas motivo para despertar uma felicidade intensa no grupo de pelo menos oito acreanos e torcedores do Rubro Negro que decidiu prestigiar a conquista em solo peruano. Mas, o período pós-jogo foi tomado por cansaço, prejuízo e “mau tratamento”, como pontuou o professor universitário acreano Marcos Paulo, que ainda está no país vizinho com os amigos à espera do voo de volta para o Brasil, depois de um excesso de reservas (overbooking) da Latam, que atrasou a volta dos torcedores – programada para domingo (23).
Todo o caos começou por conta da venda de lugares adquiridos antecipadamente para outras pessoas, de acordo com Marcos. Para o flamenguista, “o sonho virou um pesadelo”, pois a mudança trouxe vários prejuízos para sua vida profissional. “Somente do meu grupo 8 pessoas foram afetadas. Foram vários cariocas e pessoas de outros estados”, pontuou.
Quando os acreanos e dezenas de outros turistas brasileiros chegaram ao aeroporto para realizarem o check-in, nenhuma das máquinas disponíveis estava funcionando, depois das inúmeras tentativas de programar as cadeiras pela internet.
“Nós chegamos no aeroporto internacional de Lima com uma antecedência de mais ou menos 4 horas, não conseguimos fazer o check-in pela internet, deu problema para todos que tentaram. No aeroporto, as máquinas de check in também não estavam funcionando, fomos trocados de fila por funcionários da LATAM por três vezes e quando chegamos no guichê nos foi informado que não tinha mais vagas, pois haviam vendido nossos lugares no avião para outras pessoas (overbooking), o aeroporto estava lotado, várias pessoas não conseguiram embarcar, disseram que só voltaríamos na terça, dia 26, ou seja, teríamos que passar mais dois dias presos em Lima”, explicou.
O professor disse à reportagem do ContilNet que, inicialmente, a empresa não quis pagar estadia para os clientes. Somente após 4 horas de discussões e confusões, finalmente, todos foram levados para um hotel local.
“A princípio não queriam sequer pagar hotel. Após 4 horas discutindo, nos colocaram num hotel, o tratamento foi muito ruim por parte de todos os atendentes da Latam em Lima, creio que aqui não tenham as mesmas regras de direito do consumidor que existem no Brasil, mas a Latam é responsável, até porque eu comprei minha passagem no Brasil”, enfatizou. “Tive prejuízos incalculáveis de compromissos que tenho em Rio Branco, provas para aplicar e corrigir, audiências para fazer, enfim, vim para realizar o sonho de ver o Flamengo campeão, mas esse sonho quase virou um pesadelo. Nunca mais volto a Lima”, continuou.
Além dos problemas citados, Marcos pontuou que até os passageiros que conseguiram embarcar para Puerto Maldonado, foram lesados, pois permaneceram dentro do avião mais de 2 horas, devido à falta de iluminação no aeroporto da cidade de destino.
“Para piorar, as pessoas que conseguiram embarcar no vôo para Puerto Maldonado não conseguiram chegar. Ficaram mais de 2 horas dentro do avião e ele não decolou. Disseram que teve um problema na iluminação do aeroporto de Puerto Maldonado – o que impossibilitava o pouso a noite. Mas se tivessem saído no horário, isso não teria acontecido. Essas pessoas que estavam no avião não ganharam hotel, segundo a Latam, porque ela não tinha culpa da falta de estrutura do aeroporto de destino. Tiveram que passar a noite no aeroporto. Um verdadeiro caos”, finalizou.
A Latam, procurada por essa reportagem, disse “lamentar o ocorrido” e que “está prestando toda a assistência necessária aos passageiros”.
Confira a nota na íntegra:
A LATAM informa que, devido a questões técnicas, alguns passageiros do voo LA2085 (Lima – Puerto Maldonado), de hoje (25), não conseguiram embarcar. Eles já foram reacomodados pela companhia e seguirão para o destino final amanhã (26).
A empresa lamenta o ocorrido e esclarece que está prestando toda a assistência necessária aos passageiros. Por fim, reitera que a segurança é um valor imprescindível e, sobretudo, todas as suas decisões visam garantir uma operação segura.