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Bolsa fecha em forte queda após Lula ser solto

Por EXAME

A Bolsa abriu em forte queda nesta sexta-feira (8), após o Supremo Tribunal Federal, decidir contra a prisão em segunda instância na véspera. O movimento de baixa se intensificou nesta tarde, quando as expectativas sobre a soltura de Luiz Inácio Lula da Silva se confirmaram com a decisão da 12ª Vara Federal de Curitiba de liberar o ex-presidente da prisão. O Ibovespa fechou em queda 1,78%, em 107.628,98 pontos.

Economista-chefe do banco Modal, Álvaro Bandeira acredita que a queda da prisão em segunda instância enfraquece a operação Lava-Jato e amplia a insegurança jurídica, o que “prejudica a atração de investimentos externos. Ele também projeta turbulências políticas com a soltura do ex-presidente. “Lula será o opositor de Bolsonaro, aumentará a polarização e pode ocasionar muitos ruídos”, escreveu em relatório a clientes.

Para o time de analistas da XP Investimentos, Lula solto prejudica as condições de aprovação da agenda de reformas do governo. “Apesar do petista poder criar fatos e tumultuar o ambiente, o governo tem elementos e ferramentas para neutralizar o apelo desse discurso”, escreveram em boletim.

O sócio fundador da Nord Research, Bruce Barbosa também vê riscos de Lula dificultar a tramitação das reformas. “Isso é no curto prazo. No médio, é ele se candidatar em 2022”, disse. Por outro lado, Barbosa vê bons resultados de empresas no horizonte, além de ter a percepção de que a economia está acelerando. “Mas com a Bolsa na máxima, faz sentido aliviar um pouco o pé”, avaliou.

No exterior, as bolsas fecharam em queda, após o presidente Donald Trump negar a reversão de tarifas sobre a China. Nesta quinta-feira (7), o mercado havia engatado o tom de otimismo após o porta-voz do Ministério do Comércio chinês afirmar que “a guerra comercial deverá terminar com a remoção de todas as tarifas”.

No mercado de câmbio, o dólar teve valorização de 1,83% encerrou o dia sendo negociado a 4,168 reais na venda – o maior valor em três semanas. Para Laatus, a moeda americana sofreu pressão interna, da questão Lula, e externa, motivada por maiores dúvidas sobre um possível acordo comercial entre China e Estados Unidos.

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