O que já era ruim, pode ficar bem pior: o preço da energia elétrica no Acre, que é considerado um dos mais elevados do país, pode ser um novo reajuste antes do final do ano. A informação emergiu no início da noite desta terça-feira (5), na Assembleia Legislativa, durante depoimento à CPI da casa do diretor-presidente da Energia, a empresa privada distribuidora do produto no Acre.
José Adriano Mendes de Souza, o diretor-presidente que depôs durante mais de cinco horas diante da CPI que apura, entre outras irregularidades, os valores exorbitantes nas contas de energia, admitiu que o pedido de reajuste foi feito pela Eenergisa à agência reguladora do sistema elétrico do país, a Anel.
Ele não soube ou não quis dizer o valor do percentual solicitado porque a decisão cabe à Anel. “Pode ser para mais ou para menos”, disse o diretor-presidente ao declarar que os reajustes são decididos pela agência com base no que ele chamou de revisão tarifária extraordinária”, dentro do chamado “rito contratual”. De acordo com o tal rito contratual, a Energia envia o pedido a Anel informando seus investimentos e os ativos e, após a avaliação, a agência decide-se ou não pelo reajuste.
Ao ser cobrado em relação ao percentual, José Adriano voltou a dizer que não poderia revelar simplesmente por não saber, já que a decisão da Anel e a declaração irritou os deputados – estavam presentes o presidente Daniel Zen (PT), Jeneilson Leite (proponente), Cadimiel Bonfim (PSDB), relator, Roberto Duarte (MDB) e Edvaldo Magalhães (PC do B), membros. Foi um momento de tensão: Magalhães propôs que a oitiva, quando a direção da Energia entregasse ali, no plenário onde estava a CPI, os documentos enviados à Anel com o pedido de reajuste. Agindo como contemporizador, o deputado Roberto Duarte conseguiu aprovar requerimento estabelecendo que cópia do documento enviado a Anel seja entregue à CPI num prazo de menos de 24 horas.