O ex-policial Raimundo Alves de Oliveira apontou o ex-deputado federal e coronel Hildebrando Pascoal como responsável pela morte do motorista José Hugo Alves Júnior durante julgamento nesta terça-feira (13). O réu encontra-se no Acre e foi ouvido pelo primeiro Tribunal do Júri por videoconferência do Piauí, no Fórum de Parnaguá, distante 823 km ao Sul de Teresina.
Durante depoimento, Raimundo Alves contou que ao chegar na Fazenda Itapoã, em Parnaguá, José Hugo estava preso e a intenção era levar ele para a delegacia, mas o coronel Hidelbrando Pascoal mudou de ideia. O réu afirmou que veio até o Piauí por solidariedade ao ex-deputado, que não conhecia ‘Huguinho’.
Raimundo Alves recordou a morte do mecânico Agilson Firmino dos Santos, o ‘Baiano’, caso que ficou conhecido popularmente como ‘Crime da Motosserra’, em 1996. A vítima teria ajudado na fuga de José Hugo após a morte de Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando.
“Não sei quem matou o baiano, só vi nos jornais que foi serrado vivo. Ele morreu porque estava com José Hugo. Não sei se baiano matou o Itamar. A esposa do Hugo ficou um mês na casa do coronel e depois foi para São Paulo, não sei se foi porque quis”, disse.
De acordo com o processo, Firmino foi torturado até morrer, tendo seus membros amputados com uma motosserra e os olhos perfurados. Já o filho de Baiano, o menino de 13 anos, teve o corpo queimado com ácido, além de ter recebido alguns disparos de arma de fogo.
Julgamento suspenso
Estava previsto para esta quarta-feira (13) também o julgamento do ex-deputado e coronel Hidelbrando Pascoal Nogueira Neto, acusado pelo sequestro e pela morte de José Hugo. Logo no começo da audiência, a defesa de Hidelbrando Pascoal no Piauí solicitou a suspensão do julgamento alegando que não teve tempo hábil para analisar o processo.
Seguindo o parecer do Ministério Público, o juiz José Sodré concordou em suspender o julgamento de Hildebrando Pascoal e marcou uma nova audiência para 9 de maio de 2020.
Acusado de chefiar um grupo de extermínio no Acre, Pascoal cumpre pena em Rio Branco por tráfico, tentativa de homicídio e corrupção eleitoral. Em 2009, ele foi condenado a 18 anos de reclusão pela morte de mecânico Agilson Firmino dos Santos, o ‘Baiano’, caso que ficou conhecido popularmente como ‘Crime da Motosserra’, em 1996. As condenações todas somam mais de 100 anos.