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Fla vence clássico catimbado com Bota na base da insistência

Por GLOBO ESPORTE

Venceu quem mais se esforçou para jogar futebol. Um futebol amarrado, sem muita criatividade, bem longe daquele que encanta e coloca perto do título brasileiro. Mas futebol. Por se propor a fazer o que todos esperavam, o Flamengo foi premiado com o 1 a 0 sobre o Botafogo e já pega a calculadora para a matemática da sétima conquista do Brasileirão.

Com 74 pontos – oito a mais que o Palmeiras – faltando sete rodadas para o fim da competição, o Rubro-Negro precisa de quatro vitórias e um empate para gritar “é campeão” independentemente dos rivais. A 23ª vitória na competição foi conquistada na base da insistência e, para variar, no brilho de Bruno Henrique na noite de quinta-feira, no Engenhão.

Botafogo x Flamengo
Posse de bola: 27% x 73%
Finalizações: 5 x 18
Chances reais: 2 x 6
Escanteios: 1 x 10
Cruzamentos: 5 x 16
Faltas: 15 x 14

É bem verdade que a estratégia do Botafogo deu certo em boa parte do tempo. Com uma marcação forte e, em muitos lances, violenta, o dono da casa amarrou o jogo, contou com a condescendência de Leandro Vuaden em alguns momentos e conteve o ímpeto do líder do Brasileirão.

O Flamengo pouco jogou no primeiro tempo, Gatito praticamente não trabalhou, e as bolas esticadas nas costas de Renê permitiram que o Glorioso assustasse com Luiz Fernando. Não à toa, Pablo Marí foi providencial ao travar chute do atacante já dentro da área na etapa inicial.

Do outro lado, o Rubro-Negro até tinha posse de bola (terminou a partida com 73%), mas praticamente só criava com Ribeiro e Rafinha pela direita. Nada que empolgasse muito o torcedor.

O segundo tempo parecia igual: o Botafogo fechado, sem vergonha de apelar para divididas ríspidas e o Flamengo sem inspiração. Mas Bruno Henrique entrou em ação pela primeira vez: arrancada, puxão de Luiz Fernando e expulsão aos oito. O jogo virou ataque contra defesa.

Com um a menos, o Botafogo estacionou o ônibus preto e branco na entrada da área, e não havia troca de passes de um lado para o outro que fizesse o Flamengo encontrar espaços para entrar. Tecnicamente, boa parte dos jogadores rubro-negros não viveu grande noite, o que facilitava que o Alvinegro segurasse o empate.

Se não tinha campo para criar pelo meio, Jorge Jesus entrou em ação e surpreendeu pelas peças. Jogou Lincoln, que não atuava desde o clássico contra o próprio Botafogo no turno, dentro da área, deu maior flutuação a Gabigol e colocou Lucas Silva para abrir o campo desempenhando na direita o papel de Bruno Henrique na esquerda. Deu certo.

Os espaços tão raros pelo meio começaram a aparecer pelos lados, e foi assim que Bruno Henrique botou em ação a já conhecida passada larga após passe de Everton Ribeiro. Os poucos metros quadrados próximos da linha de fundo pareciam um latifúndio, e o cruzamento saiu na medida para Lincoln escorar: 1 a 0.

Prêmio para quem, mesmo aos trancos e barrancos, jogou futebol na noite de quinta-feira no Rio de Janeiro.

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