Um racha entre as lideranças dos sindicatos dos servidores públicos que conduzem os protestos na Assembleia Legislativa contra as propostas do governo de reforma da Previdência estadual foi registrado na manhã desta quinta-feira (7). Durante a sessão, ainda que sob vaias de sindicalistas, o deputado Gehlen Diniz (progressistas), anunciou que está havendo avanços nos diálogos com alguns setores do movimento sindical como os sindicatos da área de segurança pública, incluindo delegados de polícia, agentes e agentes penitenciários e associação dos servidores do sistema penitenciário.
Os dirigentes dessas categorias assinaram manifesto de apoio às reformas propostas pelo governo em relação às reformas na previdência e isso causou revolta em outros setores do movimento sindical. Isac Ronalti, do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário, disse que os delegados e eles estão resolvendo o problema deles e que fizeram uma negociação à parte e isso pode fragilizar o movimento sindical.
“Eles vieram a reboque do movimento – são os servidores que estão aqui que estão na liderança deste movimento, e agora, de forma apartada, os delegados se beneficiam da nossa luta e isso não é correto”, disse o sindicalista. “Isso está permitindo que a bancada de apoio ao Governo comemore vitória sobre gente. É para dividir o movimento e nos atrapalhar porque o grosso do funcionalismo público estadual é a Educação, Saúde e o Judiciário e agem assim para nos deixar de fora”, disse Robalti.
A Associação dos Delegados de Polícia, através de seu presidente, Sérgio Lopes, em nome dos servidores do sistema de segurança, manifestou-se sobre as denúncias de que estava dividindo o movimento, sobre as denúncias de quem vêm agindo como “pelegos”. “Não somos contra a reforma da previdência, nem a nível federal nem em nível estadual. Algumas coisas da proposta estadual divergiam do que foi aprovado no cenário nacional e viemos para cá para discutir esses pontos com representantes do governo e deputados estaduais e temos avançado em alguns pontos”, disse Lopes.
Um dos pontos, segundo ele, é a pensão por morte do policial ou do servidor do sistema de segurança em serviço. “No nosso entendimento, nesses casos, a família precisa receber proventos integrais e também nos caos de invalidez “, disse. “O fato é que procuramos os representantes e deputados do governo e fomos recebidos. Acho que este é o caminho e os demais sindicatos deveriam fazer isso”, acrescentou.