Há males que vêm para o bem, diz o ditado popular. No caso da micro-comerciante Leuda Silva Bezerra, 42 anos, sete filhos, o dito popular caiu com uma luva nos últimos dias.
Pipoqueira há 16 anos e há cinco instalada nas imediações da sede da Assembleia Legislativa, no centro de Rio Branco, ela viu seu faturamento aumentar por conta da queda de braço entre militantes do movimento sindical e deputados estaduais.
Ela revelou que costumava fazer, em dias normais, uma renda diária de R$ 50, 00 mas, por conta do movimento, viu o faturamento subir para até R$ 150,00. É que, concentrados no local em vigília para impedir que os deputados votem as propostas de reforma do regime da previdência, os sindicalistas não têm onde comer e, quando a fome aperta, se socorre da pipoca de Leuda, que também vende na variação doce e misturada com bacon.
“A que mais sai esses dias é a com bacon”, contou. Por isso, ela não teve dúvidas: majorou o preço do produto de R$ 3,00 pra R$ 4,00. Leuda é separada mas conseguiu os filhos, hoje todos adultos, graças ao carrinho de pipoca. Ela já sabe que, quando há movimentação em torno da Assembleia, tem que aumentar o estoque de milho e dos demais produtos para aumentar a oferta de pipoca.
Apolítica – “não voto em ninguém”, ela diz -, nem sabe o que está acontecendo ali por esses dias. Apenas se anima com o entra e sai de gente e com a ameaça dos sindicalistas de acamparem ali por mais tempo. ” Se isso acontecer, vai ser a gloria. Se acontecesse greves dessas duas vezes por semana aqui, eu estava feita”, disse.