Cachimbo da paz?
Depois de um semana de troca de farpas, inclusive com a assinatura de notas por parte de notas com insultos de secretários e assessores do primeiro escalão do Governo, o governador Gladson Cameli e o senador Sergio Petecão, aliados desde que ambos romperam com a Frente Popular do Acre (em 2006) e juntos passara a trilhar os caminhos que os levaram ao poder, parecem ter fumado o cachimbo da paz. Pelo menos é o que mostram fotografias desta tarde de quinta-feira (19), no qual um Gladson sorridente e um Petecão mais feliz ainda, se abraçam efusivamente.
Abraço e urso ou tamanduá?
É claro que a turma que torce pelo rompimento de ambos fez lembrar que o tamanduá também mata suas presas com abraços. Ou como os ursos. Outros, mais beligerantes também lembraram que os crocodilos costumam verter lágrimas dos olhos ao devorarem suas presas – coisa que só a ciência explica. Muitos chegaram a duvidar da autenticidade das fotos mas o senador, em declarações ao ContilNet, disse que de fato participou de uma agenda com Gladson Cameli nesta quinta-feira, na Cidade do Povo e confirmou os abraços. “Se for uma foto em que estou com uma blusa clarinha, é de hoje. Nos encontramos e realmente nos abraçamos”, disse o senador. Quando indagado se havia passado as querelas com o governador, Petecão disse que não haviam acabado porque “nunca houve”.
Não é fake
As imagens que pareciam distantes de serem registradas face às querelas que vinham sendo registradas entre ambos nos últimos dias, foram confirmadas também pelo governador, através de uma amiga.
Críticas ao setor de segurança pública
Petecão teria atraído a ira de assessores do governador da área de Segurança Pública ao dar declarações à imprensa com comentários sobre a ineficiência do setor no combate à violência. O senador mais votado da história do Acre disse que não dorme tranquilo em Rio Branco e afirmou que tem medo de entrar em determinados bairros da cidade por causa da guerra entre facções.
Nota de Paula César
Foi o suficiente para que assessores do governador, entre eles o secretário de Estado de Segurança Pública, coronel Paulo Cézar dos Santos, ficassem abespinhados e passassem a acusar o senador de não apresentar projetos ou emendas parlamentares que resultassem em recursos para ajudar no combate ao crime. Petecão disse que não mais comentaria o conteúdo das notas e, particularmente, admitiu não acreditar que o governador Gladson Cameli tenha incentivado os secretários a insultá-lo. “Minha relação com o Gladson sempre foi boa. Acho que ali tem mais é o dedo do Rocha”, disse, referindo-se ao vice governador do Estado, Wherles Rocha, com quem já trocou insultos. “Sou um homem de paz”, acrescentou.
Festa na Boi Cagão
No sábado 21, Petecão abre as portas de seu rancho na BR-364, a chácara “Boi Cagão”, para uma festa do seu Partido, o PSD, na qual estará presente o presidente nacional da sigla, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro Gilberto Kassab. A prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, e o governador são esperados na festa.
Petecão candidato ao governo
Por trás das agressões e guerras de notas, estaria vindo à tona, antes do apagar das luzes de 2019, interesses que só deveriam vir a público em 2022, quando haverá eleições novamente para o governo do estado. A forma como que tem se conduzido, na avaliação dos áulicos do governador, demonstrariam que Petecão seria candidato ao governo independente de Gladson Cameli sair ou não para a reeleição. Ou seja, o que deveria para ser discutido só nos bastidores, ganhou as ruas.
A se conferir os desdobramentos disso na festa, no “Boi Cagão”.