“Fecho o ano com chave de ouro”. Esta foi a fala do governador Gladson Cameli (Progressista) em uma breve avaliação que fez dos doze primeiros meses de gestão frente ao governo do estado, em entrevista ao ContilNet, nesta quarta-feira (26).
Gladson destacou os pontos positivos e negativos do ano de 2019, os desafios encontrados nas relações com o Legislativo e o Judiciário, bem como as últimas mudanças no seu secretariado.
O chefe do executivo novamente trouxe à tona a fala que diz respeito ao emprenho e dedicação de seus chefes de pasta. “Quem não fizer o que foi acordado, vai perder o seu posto”.
Ao final da entrevista, Cameli falou sobre o seu posicionamento político para as próximas eleições de 2020, já que o partido de seu vice, Major Rocha (PSBD), anunciou o nome de Minoru Kinpara para disputar a Prefeitura de Rio Branco, e até o momento, o Progressista, nada definiu.
Confira na íntegra.
Quais os pontos positivos de sua gestão?
Tudo que planejei, além das expectativas, eu consegui. Negociar dívidas, receber recursos que não esperávamos (como Pré-Sal, por exemplo), pagar em dias, mesmo com os empréstimos, ter chamado os concursados da Saúde, Educação e Segurança. Muitas pessoas reclamam muito dessas pastas, com toda razão, mas esquecem do que conquistamos até aqui. Muita coisa tem que melhorar, mas conseguimos entregar obras inacabadas, como o Pronto Socorro, por exemplo, e etc. Só a Segurança Pública recebeu inúmeros recursos, desde a primeira viagem que fiz para Brasília, quando pedi armas, viaturas e outros equipamentos. Fiz alguns cortes que precisavam ser feitos. Fecho o ano com chave de ouro.
E quais os pontos negativos do governo?
Isso é natural. Os pontos negativos fazem parte. Eu mesmo fiz uma análise crítica da minha forma de fazer gestão e do meu governo, nestes primeiros doze meses, mas reconheço a força que precisei ter para seguir firme com os meus secretários. Acho que houve um erro de comunicação no governo, pelo que avalio como ponto negativo, mas que estamos trabalhando para melhorar. De um modo geral, encontramos alguns que não têm compromisso com o estado. Não me refiro aos secretários, mas falo de uma forma geral.
Qual foi o momento mais desafiador que vivenciou neste ano?
O dia em que recebi os jovens que fizeram o concurso da segurança pública, e eles me perguntaram a data que eu iria contratá-los. Eu não tinha resposta para aquela pergunta, por ter encontrado um estado em péssimas condições. Foi extremamente desafiador. Trabalhamos muito em cima disso. Eu falei para minha equipe que iríamos contratar, mas eles me disseram que não era possível, pelo menos naquele momento. Eu disse “nós vamos”, e assim aconteceu. Estão contratados.
Qual foi o momento em que você se sentiu mais satisfeito ocupando a função de governador?
Quando inaugurei o Pronto Socorro. Outras secretarias nos ajudaram naquela conquista tão importante para o estado. Depois de quase 10 anos parado, a obra finalmente foi entregue para a população, que merecia um espaço digno. Eu senti muita gratidão. A ExpoAcre também foi um evento que me fez sentir satisfação como governador. Naquela festa, as pessoas aproveitaram com segurança e muita alegria. A felicidade da população me motivou muito nas duas situações. Não tem preço viver isso tudo.
Mudanças no secretariado. Já conquistou a estabilidade que tanto almejava?
O Alysson tirou férias e voltou. Nunca disse que Semirames iria sair. Começa por aí. As mudanças são sempre necessárias e os ajustes sempre vão ocorrer. Sobre o Ribamar, tenho ao meu lado uma pessoa que confio e sei que faz um trabalho muito responsável. Eu não construí nada sozinho e, por isso, quero ter ao meu lado quem me ajuda. O que precisava ser mudado foi mudado. O fato é que as coisas mudaram e ninguém está cima de ninguém aqui. Só criticam as mudanças, mas na situação da Sáude, por exemplo, ninguém abre a boca para falar dos avanços. Quem não fizer o que foi acordado, vai perder o seu posto.
Relação com a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e o judiciário.
Eles estão no direito deles de cobrar. Eu cumpri com todos os meus deveres constitucionais. O fato é que existem milhares de pessoas que dependem da minha ação, e não posso esperar por eles, mesmo que eu precise governar com eles. Minha relação com eles é de extremo respeito. Minha relação com a Aleac está muito bem alinhada. Ninguém pode dizer que eu não tenho diálogo e que não me mostro democrático. Chamo até à minha casa para conversar se for preciso, como fiz com lideranças, membros de sindicato e etc.
Polêmica da Reforma da Previdência. Foi feito o que precisava ser feito?
Eu não sou de postergar pautas que são necessárias e urgentes. Eu fiz o que precisava ser feito. Se não fosse aprovada a Reforma da Previdência, como eu iria resolver a situação econômica do estado? Como eu iria trazer credibilidade para esse estado? Como a nossa Previdência ficaria daqui alguns anos. Se estado quebrar, muitas pessoas vão ficar prejudicadas. Eu não fico satisfeito ou dando gargalhadas quando uma pauta tão séria como essa é enviada para a Aleac para ser votada, mas não posso negar que há uma urgência nela, para o bem da população e para o bem do estado. Uma pessoa no interior do Acre me encontrou, em um dia desses que recebi algumas críticas, e me disse “eu olho para você e sei que está fazendo tudo de coração”. Isso me deixou mais confiante e certo de que eu não estou trabalhando para mim. Eu sou muito autêntico quanto a isso.
O que você espera para 2020 e o que está garantido para o próximo ano?
Obras finalizadas, investimento em infraestrutura, acordos comerciais com os países, como a China, que já está investindo no Acre, além de uma economia mais aquecida. Eu quero que as coisas andem. Nós já temos muitos recursos para 2020.
Eleições 2020. Para quem vai o seu apoio em Rio Branco, na disputa pela Prefeitura?
Eu desejo sucesso para quem vai concorrer, e que tenha compromisso com a população [risos]. O Progressista vai se posicionar. A partir do dia 15 de janeiro eu começo a fazer política. Vou chamar todo mundo e colocar na mesa para saber quais são as propostas e, a partir disso, vamos tomar um rumo.
O PSDB e o Progressista podem formar uma chapa única para disputar as Eleições?
Tem chance sim, mas eu não quero tratar disso agora. Minha questão é lutar por melhorias. Ano que vem eu vou tentar fazer um alinhamento disso. O Progressista vai se posicionar. O motorista disso sou eu. Vai passar por mim essa decisão.