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Botafogo fecha contratação do jogador japonês Honda

Por GLOBO ESPORTE

Os 33 anos de Keisuke Honda não inibem a euforia do torcedor do Botafogo. Rumo ao oitavo clube na carreira, o veterano japonês coleciona histórias e uma recheada vida empresarial fora dos gramados. Dono de dois times de futebol (um em Uganda e outro no Camboja), o meia já foi treinado por um velho conhecido da torcida botafoguense quando jogava no Milan, Clarence Seedorf, e atuou apenas em quatro jogos na última equipe que defendeu: o Vitesse, da Holanda.

A curta passagem pelo time – após uma frustrada tentativa de se oferecer no Twitter a Manchester United e Milan – se deu por causa da saída de Leonid Slutsky, um mês após a chegada ao clube holandês. Slutsky foi o grande responsável pelo CSKA Moscou pagar 6 milhões de euros ao VVV-Venlo. Na Rússia, atuou com os atacantes Vagner Love e Vitinho entre 2010 e 2013 e conquistou dois Campeonatos Russos e uma Taça da Rússia.

Reportagens lidas pelo GloboEsporte.com, que falam sobre o período em que Honda esteve na Rússia, afirmam que o meia não foi tudo aquilo que poderia ser. Sempre pronto para brilhar em grandes jogos, o japonês aparentava desinteresse por partidas de menor porte, principalmente após a Copa do Mundo de 2010. Segundo uma matéria do site “Russian Football News”, a impressão dos torcedores na temporada 2011/2012 era de que Honda não atuava pelo time, mas sim por ele mesmo. Alguns relatos afirmam que, em quatro anos, o jogador compareceu em apenas duas confraternizações do time.

Mas a carreira começou, mesmo, no Japão. Em sua terra natal, chegou a atuar na base do Gamba Osaka, mas foi dispensado e depois rumou para o Nagoya Grampus. Lá, jogou com os atacantes Luizão e Marques e permaneceu até ser negociado com o VVV Venlo, da Holanda, em 2008. Ao chegar na Europa, foi rebaixado, mas seguiu na equipe e foi o responsável pela conquista da segunda divisão. O título rendeu 16 gols em 37 jogos a Honda e o apelido de Keiser Keisuke (Imperador Keisuke).

A aposentadoria do meia se deu depois da eliminação para a Bélgica nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2018, a terceira da carreira. Durante a competição, Honda chegou a dizer que Pelé foi sua inspiração ao ver jogos do Rei com seis anos. Tido como uma das peças-chave antes do torneio, Honda passou a ser considerado um talismã, já que deu uma assistência decisiva no primeiro jogo e marcou o gol de empate contra Senegal no segundo.

Neste período, o meia atuava pelo Pachuca, do México. Pelo clube norte-americano, Honda marcou 13 gols em 36 partidas e deixou uma ótima impressão. Na única temporada que disputou, marcou um golaço enfileirando quatro jogadores e também participou do time que perdeu para o Grêmio na semifinal do Mundial de Clubes de 2017. O jornalista Javier Sanchez, que cobriu a equipe no período, tem boas recordações do japonês por lá e, quando perguntado sobre pontos negativos, negou que houvesse, o que indica uma maturidade em relação aos tempos de Rússia.

– É um jogador muito criativo e disciplinado. Sempre chegava mais cedo e tem um preparador físico específico para ele. No campo, sabia ser líder e passava muita confiança aos jogadores jovens. Apesar de ser um jogador veterano, corria por todo o campo e era muito comprometido. Quando Honda saiu, demorou algumas partidas para que os jogadores se entendessem. Honda não falava espanhol, mas o idioma não era necessário para que seus companheiros captassem as ideias que ele trazia do Milan e toda a experiência internacional.

Relação com Seedorf

A contratação de Honda entra para a lista de negociações surpreendentes do futebol brasileiro e do Botafogo, que há sete anos fez outra, a do meia Clarence Seedorf. E a história dos dois se cruzou na temporada 2013/2014, quando o holandês deixou as chuteiras para ser treinador.

O primeiro clube de Seedorf como técnico foi o Milan, onde o ex-Botafogo treinou a mais nova contratação alvinegra. Honda defendeu o clube italiano entre 2013 e 2017. Na temporada em que trabalhou com o holandês, marcou dois gols em 16 jogos.

Fora das quatro linhas

Honda tem uma vida bem ativa quando o assunto não envolve jogar bola. Fã de um mangá japonês sobre futebol chamado Fantasista, o meia tem uma vertente filantrópica muito forte em sua personalidade. Proprietário de escolinhas de futebol ao redor do mundo desde 2012, ele é dono de dois times, o Bright Stars FC (de Uganda) e o Soltilo Angkor FC (do Camboja), e já foi proprietário de outro na Áustria.

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