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Cientistas dos EUA devem testar vacinas contra coronavírus em humanos

Por G1

Um grupo de cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) deverá testar vacinas contra o coronavírus em humanos em até três meses, de acordo com a agência de notícias Reuters. A vacina será desenvolvida a partir do código genético desta nova mutação do coronavírus, conhecida como 2019-nCOV.

Segundo a Reuters, o grupo responsável pelo trabalho se reuniu pela primeira vez na semana passada. Como o trabalho do grupo é desenvolver testes em humanos contra ameças à saúde, a primeira tarefa dos cientistas já se mostra como uma “prova de fogo” em meio ao avanço do coronavírus que, até esta segunda-feira (27) já havia matado 81 pessoas na China.

Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA no NIH, afirmou que o prazo estabelecido é o mais rápido já feito pelo instituto.

A vacina será desenvolvida a partir do mapeamento genético do vírus, feito por cientistas chineses.

Durante o surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) de 2003, os cientistas dos EUA levaram 20 meses para passar da sequência genética até a primeira fase de testes em humanos. Naquela época, o surto estava sob controle.

Abordagem múltipla

O Ministério de Ciência e Tecnologia da China lançou oito projetos de pesquisa de emergência para ajudar a lidar com o mais recente surto de coronavírus no país.

Além disso, o governo criou um sistema nacional com informações de pesquisas a respeito da doença. Imagens microscópicas eletrônicas do coronavírus, primers e sondas para detecção de vírus estão disponíveis no site, de acordo com a rede de notícias Xinhua.

Segundo a Reuters, vários grupos de cientistas e agências de saúde estão desenvolvendo métodos para “atacar” a doença, esperando que ao menos um tratamento seja aplicável.

O grupo de Fauci vai desenvolver uma vacina baseada em ácido ribonucleico (RNA), retirado de um dos picos da coroa na superfície do vírus.

Na Universidade de Queensland, na Austrália, os cientistas apoiados pelo grupo de emergência de saúde global da Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI) disseram que estão trabalhando em uma vacina que vai agir como um “grampo molecular”.

A tecnologia adiciona um gene às proteínas virais para estabilizá-las. Quando injetadas no corpo, leva o organismo a pensar que está vendo um vírus vivo e, assim, cria anticorpos contra ele.

Este método já mostrou resultados promissores em testes de laboratório em outros vírus perigosos – como o Ebola e o coronavírus, que causa a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), um primo da SARS e do vírus que surgiu em Wuhan.

Os cientistas também estão recorrendo às proteínas de combate à infecção conhecidas como anticorpos monoclonais, ou mAbs, que foram desenvolvidas contra os coronavírus SARS e MERS.

A esperança é que as semelhanças com o vírus de Wuhan ofereçam sobreposição suficiente de anticorpos para ajudar as pessoas infectadas pelo surto na China.

Novo hospital

Além das pesquisas, a China está construindo um hospital com 1 mil leitos para atender a casos suspeitos de infecção por coronavírus.

A obra está sendo feita na região metropolitana de Wuhan, cidade epicentro da doença.

O empreendimento segue o modelo de Pequim para tratamento de doenças respiratórias agudas, conhecidas como SARS. O hospital terá uma área de 25 mil m² e deverá ser inaugurado em 3 de fevereiro.

As autoridades esperam que o novo hospital dedicado somente a casos de pneumonia viral de origem desconhecida seja concluído em tempo recorde. Segundo a agência de notícias estatal, equipes de operários trabalham 24 horas por dia na obra. Em 2003, o hospital erguido em Pequim para os casos de SARS ficou pronto em apenas uma semana.

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