Imagens mostram viaturas policiais estacionadas sobre faixas de pedestres na capital

No primeiro dia de ação da “Operação Fecha Fronteiras”, desencadeada pela Polícia Militar do Acre como forma de combater a violência e outros crimes no Estado, o que se viu, além de muitas viaturas nas ruas da capital, foi também uma série de abusos praticados pelos policiais. Sob justificativa de ocupar e fechar a entrada e saídas da cidade, viaturas policiais foram paradas em diversos lugares, inclusive sobre a faixa de pedestres.

Imagens mostram irregularidades em primeiro dia da “Operação fecha Fronteiras”/ContilNet

Foi o que constatou a reportagem do ContilNet, na manhã de sábado (4), na Rua Eduardo Assmar, na frente da Churrascaria Rio Branco, na região da Gameleira, e no bairro da Cadeia Velha. Na primeira cena, uma viatura do Pelotão de Trânsito estaciona literalmente sobre a faixa de pedestre. No Caso da Cadeia Velha, a viatura é do comando de operações especiais.

O estacionamento dos veículos oficiais sobre as faixas de pedestres constituem infração de trânsito. Em nota oficial, ao deflagrar “Operação Fecha Fronteiras”, o comando-geral da Polícia Militar pediu a compreensão e apoio dos acreanos para realização da ação policial, que entrou em curso na última sexta-feira (3) e seguirá por tempo indeterminado. A PM deixou claro que as barreiras policiais não aplicarão multas.

Assinada pelo coronel Ulysses Araújo, comandante-geral da Polícia Militar, a nota explica que a operação visa realizar um cerco tático na cidade de Rio Branco, bem como nos acessos do Estado de Rondônia e fronteiras com a Bolívia, objetivando a contenção da violência e a diminuição dos homicídios, latrocínios, sequestros, roubos e furtos.

Mais uma infração foi flagrada/Foto: ContilNet

A nota, no entanto, não faz referência ao poder discricionário de a Polícia Militar, a pretexto de combater a criminalidade, cometer os abusos das infrações de trânsito. As imagens das viaturas estacionadas sobre faixas de pedestres, analisadas por advogados, foram duramente criticadas. “Não se combate o crime cometendo infrações ou outros crimes”, disse um advogado, sob o compromisso de sua identidade ser mantida em sigilo.

As imagens das infrações cometidas pelos militares foram enviadas via WhatssApp ao comandante Ulysses Araújo com pedido de explicações. Até o fechamento da reportagem, o coronel não se manifestou.

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