Embora seja um dos municípios mais isolados e mais pobres, que ostenta o 7º pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, Jordão, no interior do Acre, vai ter uma inflação de candidatos à Prefeitura disputando a eleição municipal. Pelo menos 11 pessoas, homens e mulheres, já se apresentaram como pré-candidatos à Prefeitura e outros ainda devem se apresentar para a disputa. O município é administrado atualmente pelo prefeito Elson Farias (PCdoB), que cumpre seu segundo mandato e não pode ser mais candidato e que tem, ele próprio, pelo menos dois dos 11 pré-candidatos.
Os pré-candidatos do atual prefeito são o ex-vereador por Tarauacá Luiz Meleiro e o médico Dr. Eli, ambos do PC do B. Um primo do prefeito, Turiano Filho, também já mandou avisar que deve ser candidato e disputa espaço com dois secretários de Elson Farias: Marcel, das Finanças, e Aparecida, da secretaria municipal de administração. Eles disputam entre si para ser o indicado do Partido Progressistas.
Em seguida, aparecem o empresário Naldo, do ramo de panificação, pelo PSDB, e o vereador Guedes Oliveira, que está em segundo mandato e também quer ser prefeito. Na fila, há ainda o presidente do PSB local, Edivan. Até mesmo o PT (Partido dos Trabalhadores), que parecia morto e enterrado também por aquele município longínquo, resolveu se apresentar para a disputa e deve lançar como candidato o ex-prefeito Hilário Melo, de 76 anos de idade.
Outro ex-prefeito do município, Esperidião Menezes Júnior, do MDB, também quer voltar ao cargo, e, o que é pior, além da disputa externa, vai enfrentar concorrência de sua própria casa: sua esposa, a ex-vereadora Zeina Melo, agora também decidiu que quer ser prefeita. “A disputa dentro MDB está assim: além de mim e da minha esposa, há outros militantes que querem disputar o cargo e adotamos o seguinte: lá na frente, quem estiver melhor posicionado nas pesquisas, será o candidato. Isso vale para mim e para a minha esposa”, disse Menezes, em sua última passagem por Rio Branco.
Ele não soube explicar a autêntica inflação de candidatos querendo o poder num município tão pobre. “Estou convencido de que todos são pessoas que têm consciência das dificuldades do nosso povo e querem ajudar a resolver esses problemas”, disse.
De acordo com o último censo do IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística) no município, datado de 2018, Jordão tem uma população de 8.159. Do total, a grande maioria é formada por índios de várias etnias.
O nome do município é emprestado do rio que banha a região, afluente do rio Tarauacá. A origem do nome Jordão seria em homenagem a um homem vindo da Ucrânia, no auge da exploração da borracha, e que se apresentou com o nome de Antônio Jordão, que residia às margens do rio.
Surgida no período áureo da borracha, a Vila Jordão só ganhou o status de município no dia 28 de abril de 1992, por força da Lei 1.034, que teve seu território de 6.695,5 km² desmembrado do Município de Tarauacá. Hoje, a grande maioria de sua população se concentra na zona rural. Jordão tem registrado a ocorrência e existência de índios arredios em seu território. São os chamados índios brabos, aqueles ainda sem contato com a civilização.