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Mazinho é acusado de usar máquinas da Prefeitura para abrir açude em área privada

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

Mazinho Serafim é o atual prefeito de Sena Madureira. Foto: Reprodução

O prefeito mais polêmico do Acre, Mazinho Serafim (MDB), de Sena Madureira, pode começar o ano de 2020 exatamente como terminou o de 2019: encrencado com a lei. Nos próximos dias, ele poderá responder uma nova ação penal ajuizada junto ao Ministério Público local sob a acusação de ter se apropriado de bens da Prefeitura Municipal para fazer um açude dentro de sua propriedade privada.

“Há muito tempo o prefeito mistura o público com o privado”, disse o ex-vereador e funcionário público Célio Teixeira, autor da ação e das denúncias de que, no apagar das luzes do ano passado, próximo ao recesso, quando a administração pública tem seus órgãos praticamente paralisados, o prefeito se aproveitou da ocasião para mandar abrir o açude com o uso de maquinário e trabalhadores da Prefeitura.

Denúncia foi feita por um ex-vereador do município/Foto: cedida

“Mais grave que o uso do maquinário, é que o açude foi feito dentro de uma propriedade particular dele”, acrescentou o ex-vereador. “Por isso, a gente quer que o Ministério Público averigue este caso com muito cuidado porque faz tempo o prefeito faz confusão entre o que é dele e o que pertence ao Município”, disse Teixeira.

A propriedade do prefeito está localizada às margens da BR-364, onde funcionava a antiga Casa do Seringueiro, que era uma usina de beneficiamento de borracha pertencente ao prefeito antes de sua entrada na vida pública.

Quando se elegeu prefeito, segundo o vereador, Serafim derrubou um prédio da Cageacre, construído com recursos públicos, a pretexto de fazer uma escola. O que antes ficava armazenado no local, ele levou para sua propriedade particular, onde funciona agora uma espécie de garagem da Prefeitura e a secretaria Municipal de Serviços Urbanos. “O prefeito trata as coisas públicas como se fossem bens de sua propriedade privada”, apontou o ex-vereador.

Açude está sendo construído na propriedade de Mazinho/Foto: cedida

Célio Teixeira disse que vai pedir do Ministério Público uma posição definitiva sobre o assunto porque teme que, na hipótese de o prefeito vir a perder às eleições na disputa deste ano, quando deve disputar a reeleição, o próximo prefeito teria dificuldades de retirar os bens públicos da propriedade privada. “Do jeito que o prefeito é valente e perdendo a eleição, aí é que ele vai virar uma fera e dificilmente alguém poderia ir lá reaver os bens do município”, disse.

A reportagem do ContilNet tentou ouvir o prefeito sobre o assunto mas recebeu informações, via assessores, de que ele não concede entrevistas a este portal de notícias. Sobre o açude, a assessoria do prefeito informou que a obra foi feita por interesse público: o açude servirá para lavar barro e dali tirar pedras a serem utilizadas em obras na cidade.

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