Numa época em que o machismo predominava no futebol como “coisa de homem”, há pelo menos 70 décadas atrás, ela já era, como uma mulher bem à frente de seu tempo, figura carimbada nos campos e no próprio estádio José de Melo, torcendo por sua primeira grande paixão, o Atlético Acreano, time azul celeste do Segundo Distrito da cidade e tantas veze campeão, também conhecido por “Galo Carijó”,
A paixão pelo time do coração e pelo futebol iria se materializar com a presença do então jogador Fernando Diógenes, um craque em sua época que, com o tempo, também soube driblar o machismo e fez de sua musa, a professora Flora, uma espécie de torcedora-símbolo e madrinha do clube. Mas, na madrugada desta terça-feira (21), dez após a partida de Fernando, dona Flora Diógenes faleceu, prestes a completar 90 anos de paixões, pelo Atlético e pelo marido.
Seu corpo está sendo velado no Cemitério São João Batista, onde será sepultada ao lado do marido e de um de seus seis filhos. Sua memória será, sempre, de uma mulher alegre, afetuosa e de muitos amigos. Nos tempos áureos do Atlético Acreano, era ela a principal responsável pela organização das festas do clube. As alegres cores azul e branco sempre fizeram parte de uma das famílias fundadoras do time celeste. Enquanto Fernando e seus filhos Cláudio e Maurício enchiam o campo e encantavam os torcedores, Dona Flora garantia a comemoração ilustre, sempre levando adereços alusivos ao Galo Carijó, mascote da equipe.