O Palácio Rio Branco precisa repensar urgentemente as ações de seus “aliados”

Final de semana

O final de semana foi bem anômalo, mas, que no frigir dos ovos demonstrou muito bem o que é o Acre, terra de gente enjoada, exigente. Um Estado que respira política 24 horas.

Acidente com asas

Primeiro o acidente envolvendo o helicóptero Harpia 1 e um caminhão na rotatória da BR-364. O assunto que deveria suscitar solidariedade, afinal, trata-se de uma ocorrência, pelo contrário, rivalizou debates entre grupos políticos.

Declaração infeliz

Primeiro foi o senador da República e coordenador da bancada federal do Acre, Sérgio Petecão (PSD-AC). Ele aproveitou o fortuito para despejar veneno ao grupo rival, liderado pelo vice-governador major Rocha. Em postagem em seu facebook, Petecão sequer se solidarizou com as vítimas.

Emenda

Depois das repercussões de suas declarações, ele editou a postagem e agradeceu à Deus por não ter ocorrido vitimas fatais no incidente. Já era tarde. Prints de sua postagem afirmando que “esse é o retrato da segurança pública no Acre” já viraram debate nos mais variados grupos das redes sociais.

Chacina

Depois, veio a chacina na estrada Transacreana com o assassinato de seis pessoas em um bar, crivados de bala. A sétima vítima ainda sobrevive no Pronto Socorro de Rio Branco.

Roberto Duarte

O deputado Roberto Duarte, do MDB,  saiu pedindo intervenção federal e o envio da Força Nacional ao Acre para conter a onda de violência.

Números

Com a chacina, subiu para 30 o número de mortes ocasionadas pelo confronto entre grupos de facções que parecem ter quebrado quaisquer acordos de paz, se é que isso um dia existiu.

Polarização

A coluna não discorda do direito à liberdade de expressão, mas, em ambos os casos, envolvendo um senador e um deputado estadual, percebe-se que existe uma polarização e, como formadores de opinião, ambos levaram seus subordinados a versar sobre temas que fugiram do epicentro dos episódios.

Discussão doentia

O que assistimos no final de semana foram discussões doentias, eivadas de posicionamentos políticos, saindo dos rumos de um debate sobre política pública – no caso da violência – e de perícias, no caso do acidente envolvendo o Harpia 1.

Grupos distintos

Ou seja, primeiro os assessores se identificam com os personagens políticos e em seguida, posicionam-se de acordo com o que eles pregam. Surgiram salvadores da pátria de esquerda e direita. Peritos, especialistas em aviação civil, um prato cheio para as redes sociais.

Pré-candidatos

Posicionados como pré-candidatos, Roberto Duarte à prefeito este ano e, Petecão em 2022, atacar o setor da segurança pública não é nada inteligente. Ambos precisam aprofundar estudos na chamada empatia. Aliás, o problema exige um debate mais aprofundado do que o calor das redes sociais.

Estratégias

Parece que ocorreu uma certa acomodação da segurança pública após 365 dias em que se comemorou baixa nos índices de mortes violentas. É preciso repensar as estratégias de segurança. Chacinas como a do último sábado não podem voltar a ocorrer. As facções nesse início de ano estão ditando quem vive e quem morre. O Estado parece estar atônico diante dos fatos.

Barreiras

A chacina ocorreu na estrada Transacreana, zona quente identificada pelos setores de segurança. Tamanha ousadia dos criminosos passa a impressão de que as barreiras implantadas pelo sistema de segurança em nada vem contribuindo para impedir a ação das facções.

No WhatsApp

Operadores de segurança vão endurecer as ordens a policiais que ficam navegando nas redes sociais durante os serviços estratégicos das barreiras espalhadas em toda a cidade.

Libertinagem

O Palácio Rio Branco precisar repensar urgentemente sobre as ações políticas de seus “aliados”. Há um grupo se aproveitando da liberdade de expressão para dizer o que pensa e o que quer, sem filtro e qualquer compromisso com a gestão. O maior inimigo parece estar dentro de casa, e ganhando muito bem para espalhar discórdia.

Disk 181

A Polícia Militar intensifica o pedido de participação da sociedade no combate ao crime. Para a inteligência denúncias de operações como a que aconteceu na Transacreana podem ajudar na elucidação dos crimes e até na prevenção. Mas, por enquanto, a sociedade mantem-se calada, com medo.

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O Palácio Rio Branco precisa repensar urgentemente as ações de seus “aliados”