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Mentira de Jamyl Asfury sobre prefeita tem repúdio nas redes sociais

Por TIÃO MAIA, PARA O CONTILNET

Não foi a evolução dos passistas de blocos ou a pouca roupa das brincantes que se tornaram os assuntos mais comentados nas redes sociais sobre o Carnaval de Rio Branco, em 2020. Por incrível que possa parecer, o assunto mais comentado foi um pastor evangélico e suas declarações classificadas como mentirosas e politiqueiras na tentativa de atingir a prefeita Socorro Neri.

O pastor em questão atende por Jamyl Asfury. Agente administrativo da Polícia Federal, foi deputado estadual por dois mandatos e deve ser candidato a prefeito nas próximas eleições. É o mesmo que, no Governo de Tião Viana, quando era secretário de Estado de Habitação. Sob sua administração eclodiu um escândalo de vendas criminosas de casas no Conjunto habitacional Cidade do Povo, até hoje sem muitas explicações.

Mas foi na condição de pastor que ele recebeu o repúdio da grande maioria dos internautas nas redes sociais por ter tentado colocar a prefeita Socorro Neri contra os evangélicos. Numa postagem, apostando numa festa de violência e degradação, o pastor fez uma postagem que a prefeita havia entregue as chaves da cidade à realeza carnavalesca – no caso, o rei Momo e sua rainha. Internautas vieram à jugular do pastor acusando-o de se referir à cultura e à festa tradicional do Carnaval com preconceito e com nítidos interesses politiqueiros a fim de prejudicar a imagem da prefeita Socorro Neri, já que ela deve vir a ser candidata à reeleição e Asfury um de seus concorrentes – embora seu nome nem tenha aparecido na última pesquisa eleitoral.

A manifestação do político/pastor mereceu o repúdio, por exemplo, do presidente da Fundação de Cultura “Garibaldi Brasil”, Sérgio Carvalho. Em resposta à postagem de Asfury, Carvalho escreveu: “Antes de mais nada, realmente, lamento a sua postagem, porque ataca a nossa prefeita Socorro Neri e todo o movimento da cultura popular com preconceito. O pior, em cima de desinformação e mentira”.

Sérgio de Carvalho reagiu ao ataque/Foto: Reprodução

O presidente da Fundação acrescenta: “Inicio repondo a verdade: a prefeita Socorro Neri não entregou a chave da cidade para a realeza carnavalesca. Mesmo se tivesse entregue, como manda a tradição, não haveria mal nenhum. Ela, e diversos outros políticos, como o Senador Sérgio Petecão, compareceram ao concurso em respeito aos fazedores de cultura ali representados”.

Para Sérgio Carvalho, o Concurso da Realeza é o momento em que os bairros escolhem suas rainhas e seu rei. “É uma festa comunitária, irreverente e alegre. Cada candidato representa centenas de outras pessoas. Representam segmentos da sociedade que são constantemente atacados pelo fundamentalismo, pelo ódio e pelo preconceito”.

Segundo ele, todos políticos que se fizeram presentes na festa mostraram seu compromisso com a cultura da cidade, assim como com as milhares de pessoas que são parte dela. A festa é, também, “um momento de afirmação e de empoderamento de pessoas que lidam diariamente com o racismo, com a gordofobia, a homofobia e o preconceito social”.

De acordo com Sérgio Carvalho, “são pessoas tão dignas para nossa cidade como as que você citou. Não diminua o nosso povo. Todos têm a sua importância. Tenho orgulho de ter uma prefeita que compreende a dimensão social da cultura, da sua importância fundamental para a sociedade. Não como mero entretenimento, mas como pilar fundamental para o seu desenvolvimento”.

De acordo como dirigente da “Garibaldi Brasil”, em épocas de guerras, de obscurantismo, de censura, de hipocrisia e de fascismo crescente, como agora, “ter uma prefeita que tem esta compreensão é uma alegria, pois investir em cultura é investir em saúde, segurança, economia, em direitos e na paz social”.

Sérgio Carbalho disse ainda que o carnaval de Rio Branco foi realizado com a comunidade, em parceria plena. “Em momentos em que a violência impera, em que a crise econômica envolve o Brasil, em que discursos de ódio ditam suas regras perversas, o Carnaval traz alegria para a cidade, provoca o encontro da comunidade, das pessoas, faz a economia girar. É investimento! Pois a cidade também se alimenta de cultura, alegria e festa. Como disse Dom Helder Câmara: carnaval é só um pouco de sonho e alegria frente a uma realidade dura”.

Por fim, Carvalho pediu a Jamyl Asfury respeito à cultura popular e tradições. “Ao desqualificar a realeza de nosso Carnaval, desqualifica todo um movimento cultural e comunitário que são dignos de elogios por toda sua garra, beleza e espírito social e includente. Ao tentar desqualificar nossa prefeita e, por pura politicagem e muito longe de aspirações cristãs, querer instigar a desinformação e disseminar preconceito, somente revela o quanto não compreende a força transformadora da cultura. Ao querer dizer para prefeita o que ela deveria ou não fazer, mesmo inspirado por mentira, só demonstra aquele velho e mofado machismo que se dá ao direito de dizer onde uma mulher deve estar”, disse.

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