Miss Acre acusa Ufac de discriminação e entra na Justiça por vaga destinada a deficiente

Mais um capítulo envolvendo a polêmica da miss Acre, Hyalina Lins, e a Universidade Federal do Acre (Ufac). Em nota, divulgada nesta quinta-feira (20), a advogada da modelo, Samarah Motta divulgou nota de esclarecimento alegando que sua cliente tem sim direito à vaga.

Hyalina, de acordo com informações já divulgadas e reforçadas pela empresa, sofre com deficiência visual, diagnosticada e acompanhada por médico oftalmologista.

Leia a nota completa na íntegra:

Nota de esclarecimento

Recentemente, a modelo Hyalina Lins teve sua matrícula indeferida pela Universidade Federal do Acre (UFAC), após ser convocada na lista da 2ª chamada do Sisu para o curso de medicina em vaga para deficiente.

A decisão da UFAC de negar a matrícula de Hyalina é absurda e inconstitucional. A Constituição Federal e a lei nº 12.711/2012 garantem o acesso à educação de pessoas com deficiência de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.

Ao contrário do que foi divulgado, a modelo Hyalina sofre com deficiência visual desde criança, diagnosticada e acompanhada por médico oftalmologista. A modelo sempre buscou corrigir sua visão por meio de óculos e lentes. Contudo, o tratamento não é suficiente para reparar sua deficiência, impossibilitando-a de estar em grau de igualdade com pessoas que possuem visão regular.

Fato que causa estranheza é que a candidata compareceu a UFAC com outros alunos que tinham a mesma deficiência visual, mas dada a repercussão da mídia a modelo foi a única que teve a matrícula indeferida.

Mesmo com todos os documentos em mãos que comprovam sua deficiência, a modelo foi impedida de se matricular no curso de medicina, sendo que a UFAC sequer realizou perícia com médico oftalmologista para contestar a doença da candidata.

Desde que a candidata se inscreveu para a cota de deficiência, ela foi atacada por comentários constrangedores e humilhantes nas redes sociais, pois o fato de ser modelo e ter sido miss no Acre gerou polêmica, como se uma pessoa bonita não pudesse ter alguma deformidade ou limitação física e ou sensorial.

A atitude da UFAC, além de ilegal e discriminatória, reflete uma cultura misógina que inferioriza as mulheres, coisificando o feminino e criando verdadeira política de exclusão social baseada em Fake News.

Diante das ilegalidades praticadas pela UFAC, serão adotadas as providências judiciais cabíveis para assegurar seu direito constitucional a educação e reparar os danos causados a sua imagem por detratores virtuais.

Samarah Motta

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