O diário francês L’Equipe considerou a atuação de Di María um fantasma e deu a Neymar a mesma nota 4 que ofereceu a Mbappé na derrota para o Borussia Dortmund.
A nota do brasileiro foi baixa, e a atuação considerada discreta. Mas só o zagueiro Marquinhos e o lateral-esquerdo francês Kurzawa tiveram mais do que 4. Marquinhos levou 6. No Dortmundo, Haaland ficou com 8.
Obviamente, o atacante norueguês, artilheiro da Liga dos Campeões, foi o melhor em campo. A atuação de Neymar não foi ruim. Para este blog, foi boa. Mas longe do que ele sabe que pode fazer.
Neymar foi quem mais finalizou na partida e o terceiro em desarmes no PSG. Mas foi também quem mais perdeu bolas no jogo. Foram 30, pela estatística do L’Equipe, seis a mais do que o inglês Sancho, do Borussia.
Pela conta do Footstats, Neymar desperdiçou dez bolas, três a menos do que Haaland. Só que não tem comparação entre a atuação de um e de outro. O prodígio norueguês foi o melhor em campo, disparado.
O número de bolas perdidas no primeiro tempo foi tema da entrevista coletiva de Thomas Tuchel. A decisão da comissão técnica de deixar Neymar quatro jogos fora, depois de uma fissura na costela contra o Nantes, foi o tom do desabafo do brasileiro.
Tuchel já entrou na sala de imprensa sabendo das declarações de Neymar, e falar sobre as bolas perdidas foi seu contra-ataque. O técnico alemão tem razão em cobrar de seu melhor jogador — hoje ao lado de Mbappé.
A troca de acusações de lado a lado indica que, mais uma vez, o ambiente é o maior adversário do Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões. Isso passa muito por Neymar e seus aliados no vestiário.
Há duas temporadas, a acusação a Unai Emery era de se cercar dos jogadores do baixo clero, como Rabiot, atualmente na Juventus, e Lo Celso, hoje no Tottenham.
Cavani e Neymar estavam juntos no julgamento de que Emery não tinha liderança para um vestiário tão pesado. A edição desta semana da revista France Football destaca dez motivos para julgar que o PSG pode ganhar a Liga dos Campeões. Entre eles, está a escolha do técnico certo: Thomas Tuchel.
Então, Tuchel muda o sistema tático do 4-4-2 para um 3-4-3 pouco usual, escala Di María, Mbappé e Neymar num ataque sem centroavante e é alvo das críticas de Neymar, por lhe tirado ritmo por dezoito dias sem jogos.
Verdade que Tuchel também foi criticado pela imprensa francesa.
Mas o sinal é de que não há unidade e este precisa ser o alvo do trabalho do diretor-esportivo, Leonardo, nas próximas três semanas.
O jogo de volta, em Paris, será no dia 11 de março.