A Associação Acreana de Cinema-ASACINE, Fundação Garibaldi Brasil (FGB) e Fundação Elias Mansour (FEM), realiza hoje, segunda-feira (16) às 19 horas em frente ao Palácio Rio Branco, a segunda sessão do primeiro longa-metragem roteirizado e dirigido no Acre há 44 anos. O filme produzido ainda na película formato super-8 milímetros intitulado “Rosinha a Rainha do Sertão”, teve como roteirista e diretor o cineasta João Batista Marques de Assunção (Teixeirinha do Acre), direção e produção fotográfica de Adalberto Queiroz. Iniciando sua produção em abril e terminando em outubro de 74, a película foi um sucesso de bilheteria, afinal de contas, o longa é tido como a primeira obra-prima cinematográfica criada por três dos grandes pilares de nosso cinema, dentre os quais, Adalberto Queiroz, João Batista e Antônio Evangelista (Tonivam), cineastas que ousaram produzir um cinema crítico e imbuído de uma identidade local em tempos de censura. A sessão visa homenagear e relembrar o ano em que o Cinema no Acre dava seus primeiros passos, iniciados no início dos anos 70 quando foi criado o Grupo ECAJA- FILMES.
HISTÓRIA
Segundo o cineasta Adalberto Queiroz, em 1976 durante o período em que o Acre era governado pelo então Governador Geraldo Gurgel de Mesquita, o cinema acreano adentrou as portas do palácio Rio Branco sobre a sensibilidade da Assessora de Comunicação Social do Governo do Estado, Edir Figueira Marques. Queiroz, juntamente com João Manhãs (Teixeirinha do Acre) que estavam representando o grupo ECAJA( Estúdio Cinematográfico Amador de Jovens Acreanos) tiveram a oportunidade logo de imediato de serem recebidos pelo chefe do executivo que prontamente disponibilizou um dos veículos oficiais para trazer os projetores e demais materiais para fazerem a primeira exibição do longa-metragem no dia 16 de março de 1976. “Foi uma noite inesquecível e iremos exibir este trabalho novamente 44 anos depois” disse o cineasta com lágrimas nos olhos ao lembrar a ausência de seu inseparável parceiro o então cineasta João Manhãs autor e diretor da obra, falecido aos 67 anos em 2017.
Naquela noite de 16 de março às 19:30, com a presença de muitos Secretários e políticos da alta cúpula do Governo Mesquita, o filme Rosinha a Rainha do Sertão sobre os olhares de centenas de pessoas, ao mesmo tempo em que arrancava risos, lágrimas e aplausos do povo acreano, estimularia a entrada de muitos outros jovens talentos na sétima arte, dentre os tais, Laurêncio Lopes e Guilherme Francisco, estes dois, iniciaram suas atividades no início dos anos 80.
HOMENAGENS
Depois da cessão pública do longa, A ASACINE, FEM e FGB, homenageará várias personalidades do cinema brasileiro realizado no Acre. Atrizes, diretores e vários cineastas estarão sendo homenageados pelos relevantes serviços prestados a sétima arte em solo acreano. A ASACINE, entidade responsável por inúmeros projetos que buscam preservar e fomentar esta atividade artística tão importante para a nossa cultura, também anunciará o XI Festival Acreano de Vídeos que estará iniciando suas inscrições no final de março. O projeto, está sendo financiado pelo Fundo Municipal de Cultura.