Medalha de bronze na Olimpíada de Londres, em 2012, sete vezes campeã do Circuito Mundial, uma do Campeonato Mundial e duas dos Jogos Pan-Americanos. Aos 37 anos, Larissa tem um currículo invejável no vôlei de praia. Longe do esporte desde 2018, ela se prepara para voltar a atuar nas areias, e o retorno é com uma parceira para lá de especial: a esposa Lili, dona também de conquistas expressivas (veja abaixo). A dupla será treinada pelo campeão olímpico Ricardo, que já vem comandando as atividades, em Orlando, nos Estados Unidos.
– Estou muito feliz em poder voltar a jogar e, principalmente, em dividir a quadra com a Lili. É uma nova fase, estou bem tranquila em relação a metas, vou seguir passo a passo e deixar acontecer tudo no nosso tempo. Vai ser maravilhoso jogar com ela. É uma experiência que tínhamos que passar juntas. Acredito que iremos aprender muito juntas, vai somar bastante para nossa vida, nossa família – comemorou Larissa.
Mesmo com um relacionamento entre elas, segundo Larissa/Lili, o lado profissional vai prevalecer e as duas capixabas devem se cobrar bastante visando a melhoria da dupla.
– Não tem jeito, a cobrança irá existir sempre. Porém, queremos curtir bastante esse momento e nos divertir em quadra. Iniciar aos poucos e viver essa nova fase sem cobranças exageradas e ansiedade. Tudo dentro do seu tempo. Estamos bem conscientes e tranquilas uma com a outra. Afinal nos conhecemos bastante – explicou Lili, que foi medalha de bronze no Campeonato Mundial, em 2013, campeã mundial sub-21, em 2007, e bronze no Pan-Americano, em 2015.
Lili estava afastada do vôlei de praia desde 2018, quando disputou a temporada inteira. Mas parou para realizar o sonho de ser mãe, ao lado de Larissa, e teve o primeiro filho: Gael, hoje com quatro meses.
– Imagina Gael torcendo para as duas mães? Fico até emocionada! Eu amo esse esporte. Estar de volta é muito gostoso. É um momento diferente, onde quero ser a melhor mãe possível e também me divertir em quadra. Experiência única e quero aproveitar cada momento. Com a chegada do Gael, mudam a rotina, as prioridades, a maneira de viver de uma forma geral. Ele é um presente de Deus nas nossas vidas e estamos muito felizes. Agora não somos só atletas. Somos mães atletas e isso é muito especial. Espero que a gente aproveite esse momento com todo nosso coração. Vai ficar guardado na nossa memória e na dele tudo o que fizermos daqui para a frente. Não somos uma dupla, somos um trio – comentou.
A responsabilidade de comandar Larissa/Lili será de Ricardo. Aos 45 anos, o baiano pela primeira vez vai ter a experiência de ser técnico de uma dupla no vôlei de praia. Ao fim da temporada 2019/20 do Circuito Brasileiro – no qual ele busca o título geral com Vitor Felipe, onde ocupam a segunda posição -, o campeão olímpico deve parar de jogar.
– Realmente será um bom desafio nessa nova fase. Já estou me preparando para essa transição. O início sempre é mais difícil até porque elas estão sem competir há bastante tempo. Porém a qualidade das duas dentro de quadra é incontestável. Isso facilita nesse novo retorno aos treinos. Estamos fazendo uma boa pré-temporada em Orlando. A estrutura ajuda muito para os treinos em alto rendimento. O principal objetivo da equipe é voltar às competições bem preparadas, sem pressa para retorno. Estamos bem conscientes do potencial da equipe e não queremos antecipar o que foi proposto. Iremos iniciar jogando algumas etapas na Flórida para iniciar o retorno delas – afirmou o medalhista de ouro em Atenas 2004.
Larissa comemorou muito a chance de ser treinada por Ricardo. Além do ouro na Grécia, o gigante de 2m também foi prata em Sydney 2000 e bronze em Pequim 2008.
– Tudo aconteceu muito rápido. Lili recebeu convite para jogar nos Estados Unidos, gostamos da ideia, começamos a ver os prós e os contras. Acabei me empolgando com a novidade e achei que seria muito legal jogarmos juntas. De repente estávamos conversando com Ricardo e ele falou que estava pensando em trabalhar com uma dupla profissional e que iria começar a dar treino. Então disse que estava pensando em voltar e jogar com a Lili e perguntei se ele não queria ser nosso treinador, ele aceitou. Ficamos muito felizes, por ele ser uma grande referência do esporte, e em questão de um mês estávamos em Orlando começando a treinar.
Uma das metas de Larissa/Lili é jogar torneios nos Estados Unidos visando adquirir volume de jogo. A parceria não tem previsão para jogar o Circuito Brasileiro de vôlei de praia.
– Estamos fazendo tudo passo a passo. Vamos deixar as coisas acontecerem. Estamos muito tempo paradas, temos algumas coisas para ajustar e melhorar. Acredito que precisamos de um tempinho ainda de treinamento. Estou ficando velha (risos). Vamos ver com Ricardo e decidir depois, não pensamos em uma data ainda para estreia – finalizou Larissa.