Médico diz que hospital de Sena não está preparado para atender casos de coronavírus

O médico senamadureirense, Igor D’Avilla, fez uma postagem em seu perfil no Facebook, na tarde desta segunda-feira (31), chamando a atenção do governador Gladson Cameli para a atual situação do Hospital João Câncio Fernandes (HJCF) no combate ao coronavírus, em Sena Madureira, que não possui equipamentos necessários e condições mínimas para atender possíveis casos na região.

De acordo com o especialista em Saúde, o hospital local presta serviço, atualmente, para mais de 80 mil pessoas, levando em consideração que serve de referência também “para os municípios de Manoel Urbano e santa Rosa do Purus, e ainda atende parte da população rural do Bujari e Boca do Acre, no Amazonas”.

Igor elencou alguns pontos sobre os riscos que correm os profissionais de saúde e a população em geral de Sena, com a falta destes recursos [que não são caros, em sua maioria, como defendeu o médico], porventura algum caso seja diagnosticado e precise ser encaminhado para a capital – quando aborda, inclusive, como impedimento, a situação crítica da BR-364.

“As perguntas que faço não tem nenhum cunho político! Quero deixar claro que admiro o governador Gladson Cameli pela postura que tem adotado, e pela preocupação que tem demonstrado. É por ver nele esse compromisso, que acho que chegou a hora de exigirmos o básico para a nossa unidade hospitalar de saúde, que enfrenta problemas que já se arrastam há décadas e não nasceram com a administração dele, mas que em sua grande maioria, não são difíceis de ser resolvidos, pois não se tratam de equipamentos extremamente caros”, escreveu.

Ao final, o conterrâneo explicou que entende como emergencial uma atitude do executivo nessa direção, e que uma reforma estética predial não é o mais importante neste momento.

“Levanto essa questão como Sena-madureirense, médico, filho, sobrinho e neto de pacientes de alto risco. Sei que o hospital passa por uma grande reforma, mas vejo estas como questões mais urgentes que a estética predial”, finalizou.

O HJCF vem passando por uma reforma física nos últimos meses, após liberação de recurso para a obra.

Confira o texto de Igor na íntegra: 

CORONAVÍRUS NO INTERIOR DO ACRE

O hospital de Sena Madureira por exemplo, município polo da regional Purús no Acre, atende aos seus quase 50 mil habitantes, serve de referencia para os municípios de Manoel Urbano e santa Rosa do Purús, e ainda atende parte da população rural do Bujari e Boca do Acre-Amazonas. Se somarmos, seriam mais de 80 mil pessoas.
No contexto atual de pandemia por coronavirus covid-19, nos cabe destacar os seguintes pontos:
– Pacientes em franca insuficiência respiratória devem ser intubados imediatamente. Retardar este procedimento poderia ser fatal.
– O uso de máscara de venturi, Ambu e ventilação não invasiva não está indicada. Além de não demostrar tanto benefício, ajuda a disseminar ainda mais o virus no ambiente hospitalar. Portanto “ambuzar” NÃO!! Com isso eu pergunto:

1. O hospital de Sena Madureira conta com ventilador mecânico e todo o material para intubação orotraqueal?
2. Em caso de choque circulatório, temos bomba de infusão continua de medicamentos para administrar droga vasoativa?
3. Temos ao menos monitores para controle de paciente crítico?
4. Uma paciente desses suportaria esse transporte de 2 horas? E o profissional, vai continuar tendo que “ambuzar” (Ventilando de forma manual) por 144 km de estrada ruim??

As perguntas que faço não tem nenhum cunho político! Quero deixar claro que admiro o governador Gladson Cameli pela postura que tem adotado, e pela preocupação que tem demonstrado. É por ver nele esse compromisso, que acho que chegou a hora de exigirmos o básico para a nossa unidade hospitalar de saúde, que enfrenta problemas que já se arrastam há décadas e não nasceram com a administração dele, mas que em sua grande maioria, não são difíceis de ser resolvidos, pois não se tratam de equipamentos extremamente caros.

Levanto essa questão como Sena-madureirense, médico, filho, sobrinho e neto de pacientes de alto risco. Sei que o hospital passa por uma grande reforma, mas vejo estas como questões mais urgentes que a estética predial.

 

PUBLICIDADE