Nicolau Júnior se sensibiliza com relatos de pacientes renais crônicos “Me junto a vocês nessa luta”

Durante sessão solene realizada nesta quinta-feira (12) em alusão ao Dia Mundial do Rim, o presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Nicolau Júnior (PP), manifestou apoio aos pacientes que enfrentam doenças renais crônicas no Estado. O parlamentar ressaltou a importância da celebração da data e dos esclarecimentos sobre doenças ligadas ao órgão.

“É com muita honra que recebemos vários profissionais de saúde nesta solenidade em alusão ao Dia do Rim, fruto de requerimento do deputado Sargento Cadmiel. Hoje, estão sendo realizadas ações em todo o mundo para divulgar a prevenção de doenças renais e o Poder Legislativo se une a essa corrente do bem, para que juntos possamos conscientizar a população a respeito desse tema”, destacou.

O progressista falou ainda da luta que o pai enfrenta diariamente para tratar a doença. Ele também se colocou à disposição para lutar por melhorias no atendimento de pessoas que enfrentam doenças renais no Estado.

“Conheço de perto o sofrimento dessas pessoas porque meu pai faz hemodiálise três vezes por semana, não é fácil. É um tratamento muito doloroso. Por isso, me coloco a disposição dessas pessoas, como presidente deste poder e como ser humano. Me comprometo ainda a levar as reivindicações de vocês ao secretário de Saúde do Estado. Os pacientes renais crônicos precisam de um atendimento de qualidade, um tratamento mais humanizado. Me junto a vocês nessa luta. Contem comigo”, enfatizou.

Além de deputados estaduais, a solenidade reuniu pacientes e especialistas que debateram a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença renal crônica.

Aleac realiza sessão solene em alusão ao Dia Mundial do Rim

Foi realizada na manhã desta quinta-feira (12) uma sessão solene em homenagem ao Dia Mundial do Rim. A solenidade é fruto de um requerimento apresentado pelo deputado Cadmiel Bomfim (PSDB) e contou com a presença de pacientes renais crônicos que vivem no Estado, e também de representantes da Saúde Pública.

O deputado Jenilson Leite (PSB) abriu a solenidade falando sobre os desafios que o serviço de nefrologia enfrenta no Estado. Em seguida, ele passou a presidência da sessão para Cadmiel Bomfim. “Há um crescente número de pacientes com doenças renais e o sistema público está com capacidade saturada para atendê-los. É preciso sim promover sessões como esta, para colocarmos na ordem do dia os desafios enfrentados no setor. ”

Cadmiel Bomfim, autor do requerimento, lamentou a ausência de algumas autoridades durante a sessão. Ele falou sobre a luta diária da Associação dos Pacientes Renais e Transplantados do Acre (Apartac) para assegurar que os pacientes realizem o tratamento adequado.

“A ausência de algumas autoridades aqui retrata a importância dada às pessoas que necessitam do Poder Público para receberem assistência. Acompanho os trabalhos desenvolvidos pelo presidente da Apartac, sendo incansável o tempo todo, mas infelizmente quase toda semana o vejo postar notas de pesar por pessoas que faleceram. Por isso fui autor de um projeto de lei que reconhece os pacientes renais crônicos e transplantados como deficientes físicos. Esse PL foi aprovado por unanimidade aqui e sancionado pelo governador, hoje ele é Lei”, pontuou.

O presidente do parlamento acreano, deputado Nicolau Júnior (PP), falou sobre a luta que o pai trava diariamente para tratar a doença. O progressista também se colocou à disposição para lutar por melhorias no atendimento de pessoas que enfrentam doenças renais no Estado.

“Conheço de perto o sofrimento dessas pessoas porque meu pai faz hemodiálise três vezes por semana, não é fácil. Por isso, me coloco à disposição desses pacientes, como presidente deste Poder e ser humano. Me comprometo ainda a levar as reivindicações de vocês ao secretário de Saúde do Estado. Os pacientes renais crônicos precisam de um atendimento de qualidade, me junto a vocês nessa luta. Contem comigo”, enfatizou.

A vereadora Lene Petecão (PSD) disse estar emocionada em participar da solenidade e reencontrar pessoas que há anos lutam pelos direitos dos pacientes renais crônicos e transplantados. “Estou aqui porque conheci duas pessoas que batalham muito pelos renais crônicos, a Berenice e meu amigo Vanderli, eles foram à câmara municipal em busca de socorro, porque as maiores dificuldades da classe é o estado que tem que operar. Fui me inteirando do assunto, fomos a Brasília em busca de apoio, foi quando eles me sugeriram criar uma lei municipal para priorizar o atendimento dos renais crônicos. Se nós que somos representantes do povo, não tivermos um compromisso com essa fila da morte, vai continuar morrendo gente. ”

José da Silva Lima, paciente renal crônico, discorreu sobre as dificuldades que enfrenta para tratar a doença. Falou ainda do descaso do governo do Estado com as pessoas que fazem tratamento na Fundação Hospitalar. “Na Fundação Hospitalar enfrentamos inúmeros problemas, para se ter uma ideia, até a Van que transporta os pacientes quebrou. Já fizemos mais de trinta reuniões com o governo e nada foi resolvido. Somos pacientes fadados ao necrotério”, disse.

Doutor Ricardo Sena, Nefrologista do Hospital das Clínicas do Acre, disse que a data é celebrada anualmente com o objetivo de diminuir o impacto das doenças renais no mundo. “O crescimento de pacientes renais é alarmante, infelizmente. A data tem o propósito de tentar alertar as pessoas sobre a gravidade da doença. Para se ter uma ideia, as principais doenças que comprometem os rins são a diabetes e a hipertensão. 28,5% dos pacientes que fazem terapia renal são diabéticos”, pontuou.

O deputado Edvaldo Magalhães (PC do B) destacou a importância da sessão solene. “Esse é o tipo de sessão que eu gosto, dou muito valor a esse tipo de iniciativa. Botar luz, um olhar sobre um problema que se a gente não debater passa despercebido, como é o caso dos pacientes renais do Estado, isso é muito necessário. Precisamos unir forças nesta casa, essas pessoas precisam receber o tratamento que é delas de direito”, enfatizou.

Ao fazer o uso da palavra, o presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados do Acre, Vanderli Ferreira, afirmou estar triste ao ver que nenhum representante das secretarias Municipal e Estadual de Saúde se fez presente durante a solenidade. Disse ainda que, como paciente renal crônico ele sente medo, pois tem visto todos os dias a falta de investimentos e recursos para oferecer tratamento a essas pessoas.

“É triste ver que não tem representante de nenhuma secretaria de Saúde aqui, por isso deixo o meu repúdio ao descaso deles. Todos os dias recebo ligações de denúncias de que falta cateter, cirurgiões, material, insumos, pessoas desesperadas pedindo socorro. O TFD praticamente acabando. Temo que chegue o dia em que não teremos sequer o tratamento gratuito”, lamentou.

O presidente da Apartac se emocionou ao falar sobre a quantidade de pacientes renais que têm falecido ao longo dos anos e como é difícil praticamente toda semana ter que emitir uma nota de pesar. “Quase toda semana tenho que noticiar mortes de colegas. Isso é muito triste! Morrem porque não recebem o tratamento adequado, porque falta medicamento, porque atrasam a realização de procedimentos importantes. O Estado deixa de pagar fornecedores, enquanto isso os pacientes definham esperando a morte e os médicos fazem o que podem, mas faltam vagas, falta tudo, falta boa vontade do Poder Público. Nós gritamos, pedimos socorro e não somos ouvidos”, disse emocionado.

De acordo com dados divulgados pela APARTAC, o Acre possui atualmente cerca de 570 pessoas na condição de pacientes renais crônicos, sendo que destes, 116 foram transplantados, 25 estão na fila aguardando a realização de transplante. Os demais passam por hemodiálise na Fundação Hospitalar. Vanderli, presidente da Associação, disse que 17% dessas pessoas morrem ao ano, em decorrência da falta de medicamento, demora na realização de cirurgias e alimentação inadequada.

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